Os empréstimos para a habitação continuam a dar gás ao crédito concedido em Portugal. O ‘stock’ total para empréstimos com esta finalidade alcançou 106,3 mil milhões em julho, o que configura um aumento de 8,1% face ao mesmo mês de 2024. Este crescimento é o maior desde agosto de 2008, segundo os dados revelados nesta quinta-feira pelo Banco de Portugal (BdP).

Entre junho e julho, o montante de crédito à habitação subiu 986 milhões. Este aumento verifica-se apesar do crescente preço das habitações que, soube-se esta semana, voltou a ter um aumento expressivo. Em julho, o valor mediano das casas foi 18,7% maior do que no mesmo mês de 2024 e 1,8% acima do registado em junho. Segundo os dados revelados nesta quinta-feira pelo Banco de Pagamentos Internacionais, Portugal ocupa o segundo lugar a nível global no crescimento real dos preços da habitação, com 14%.

Nos outros tipos de empréstimos, verifica-se que o crédito pessoal aumentou 73 milhões, para um total de 13 mil milhões, um incremento homólogo de 7,2%, idêntico ao mês anterior. Já o crédito automóvel viu um acréscimo de 72 milhões para 8,8 mil milhões, com uma taxa de variação anual de 9,9%.

Por outro lado, os cartões de crédito tiveram uma redução de 26 milhões em cadeia, mas um crescimento anual de 7,7%. O montante total ascende a 3,3 mil milhões nesta vertente. Assim, é possível averiguar que o crédito ao consumo e outros fins aumentou 158 milhões entre junho e julho, totalizando 32,8 mil milhões. Face ao período homólogo, esta variação é de 7,7%.

O crédito a empresas mostra-se mais modesto. O ‘stock’ total, no final de julho, era de 74,2 mil milhões, mais 113 milhões do que no mês anterior. Em relação ao ano anterior, são mais 3,5%, abaixo dos 3,6% de junho. Esta é a primeira desaceleração do crédito às empresas desde fevereiro.

No setor empresarial, as micro, pequenas e grandes empresas contam com taxas de variação positivas, de 12%, 2,2% e 0,8%, respetivamente. Do lado oposto, as médias empresas mantêm uma taxa negativa de 2,6%.

No que toca aos depósitos de particulares, o montante total junto dos bancos residentes era, no final de julho, 197,8 mil milhões de euros, mais 1,98 mil milhões do que em junho. Esta subida tem origem no aumento das responsabilidades à vista, no valor de 1,7 mil milhões, e dos depósitos a prazo, em 278 milhões.

Contudo, a variação anual continua em queda. Registou-se a nona descida consecutiva da taxa de variação anual, tendo ficado em 4,9% em julho. No mês anterior foi de 5,2%.

Já os depósitos das empresas tiveram ascenderam a 70,6 mil milhões, um aumento de 253 milhões face a junho. Em relação ao ano anterior, o montante cresceu 10,5%. Esta é a maior variação anual desde fevereiro de 2021.