A ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, assumiu ontem publicamente a gravidade da vaga de incêndios que continua a devastar o país, sobretudo nas regiões do Norte e Centro, e anunciou a prorrogação da situação de alerta até domingo, 17 de agosto.

Em declarações feitas na sede da Proteção Civil, a governante expressou solidariedade para com as populações afetadas e agradecimento aos operacionais no terreno, sublinhando que “quem tem de decidir precisa de tranquilidade e de sossego” para gerir uma crise que classificou como “profunda e complexa”.

Apesar do reforço de meios — 3.827 operacionais, 1.200 viaturas e 29 aeronaves mobilizados até às 19h de ontem —, várias frentes mantêm-se ativas. Em Oliveira do Hospital, autarcas falaram num cenário de “caos”, evocando 2017 e denunciando a falta de apoio aéreo em momentos decisivos.

Em Aguiar da Beira, um jovem de 19 anos ficou gravemente ferido ao tentar ajudar os avós a proteger a habitação, sendo transportado de helicóptero para o Hospital de Coimbra. Já em Fornos de Algodres (Guarda), uma casa foi totalmente consumida pelas chamas e outras três sofreram danos significativos. Em Arganil, o fogo atingiu habitações na aldeia de Mourisia, provocando momentos de pânico.

Segundo a Liga dos Bombeiros Portugueses, 112 dos 213 bombeiros feridos este ano ficaram lesionados nas últimas três semanas. Desde janeiro, mais de 75 mil hectares já foram destruídos pelo fogo. As previsões meteorológicas para os próximos dias mantêm o risco elevado de propagação rápida.

“O Governo faz tudo o que é possível e impossível”, garantiu a ministra, apelando à calma e coordenação e assegurando apoio total aos profissionais que continuam na linha da frente.