A Secretária de Estado da Habitação, Patrícia Gonçalves Costa, defendeu esta terça-feira, 5 de agosto, em Vila Viçosa, a urgência de alargar o acesso à habitação a públicos que não se enquadram nos perfis tradicionais de vulnerabilidade, sublinhando que a crise habitacional em Portugal exige soluções ajustadas à diversidade social atual.

«A necessidade de habitação deixou de estar circunscrita às classes historicamente mais carenciadas», afirmou a governante, alertando para a importância de respostas que incluam a população na sua generalidade. A declaração foi proferida à margem de uma reunião de trabalho nos Paços do Concelho de Vila Viçosa, que visou avaliar as necessidades habitacionais locais e discutir estratégias de resposta.

Patrícia Gonçalves Costa destacou o empenho do município alentejano na preparação de soluções habitacionais adequadas ao território. «Há uma vontade e uma proatividade muito grande do município em concretizar respostas e em olhar para o território de forma abrangente», sublinhou, reforçando que os autarcas são os principais conhecedores da realidade local.

A responsável pela Habitação frisou que a atuação do Governo não se limita ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). «O investimento na habitação não se esgota no PRR. Este foi um balão de oxigénio, mas precisamos de preparar o futuro com base em três pilares: um diagnóstico rigoroso, linhas de financiamento adequadas e um programa estruturado para garantir acesso a uma habitação digna», explicou.

Questionada sobre os prazos para que a população possa sentir os efeitos dessas medidas, a Secretária de Estado respondeu: «Acredito nas revoluções silenciosas. Não haverá um dia D, mas quem está no terreno sabe que tudo isto está a acontecer. Os municípios estão a trabalhar e a concretizar soluções de norte a sul do país e nas regiões autónomas».

Relativamente ao financiamento das soluções locais, concretamente pra Vila Viçosa, Patrícia Gonçalves Costa garantiu que o Governo está empenhado em trabalhar lado a lado com as autarquias:
«Estamos a trabalhar com os municípios para encontrar modelos de financiamento que sejam reais e ajustados às suas possibilidades».