O Banco de Pagamentos Internacionais (BIS) divulgou nesta quinta-feira os números relativos à evolução dos preços reais da habitação no primeiro trimestre de 2025. No conjunto, as chamadas economias avançadas registaram um aumento homólogo de 1,2% nos preços reais da habitação residencial, assinalando o quarto trimestre consecutivo de crescimento. A maioria das principais jurisdições registou subidas de preços, nomeadamente a área do euro (3%), o Reino Unido (3%), a Austrália (2%) e o Japão (2%). Os preços continuaram a cair no Canadá (–3%) e mantiveram-se estáveis nos Estados Unidos.

Portugal ocupa o segundo lugar em termos mundiais no crescimento real dos preços da habitação, com uma subida de 14% no primeiro trimestre, apenas atrás da Macedónia do Norte, onde os preços cresceram cerca de 17%. Em terceiro lugar surge a Bulgária, com uma subida de 11%, e em quarto a Espanha, com 9%.

Na área do euro, Portugal lidera a subida dos preços com um aumento de 14%, seguido de Espanha (9%). Os preços cresceram de forma moderada em Itália (3%) e, pela primeira vez desde 2022, na Alemanha (2%). Em França, estabilizaram (0%) após um longo período de descida.

Desde o início da pandemia de Covid-19, os preços da habitação ajustados pela inflação nas jurisdições do G20 aumentaram, em geral. Comparando com o quarto trimestre de 2019, subiram 4% a nível global e, em particular, 112% na Turquia e 21% nos Estados Unidos. Em contraste, caíram 16% na China e 10% na Índia.

Numa perspectiva de mais longo prazo, os preços reais da habitação a nível global superam em 21% os níveis registados imediatamente após a crise financeira global (34% nas economias avançadas e 11% nas economias emergentes). Comparando com 2010, os preços mais do que duplicaram na Turquia e aumentaram mais de 50% nos Estados Unidos, Índia e Canadá. Contudo, permanecem significativamente abaixo dos níveis de 2010 em Itália (–27%) e na África do Sul (–12%).

Em termos globais, os preços reais da habitação caíram 1% em termos homólogos, representando um ritmo de descida mais lento em comparação com a segunda metade de 2024 (–1,6%). As maiores quedas homólogas registaram-se em Hong Kong (–8%), na China (–7%) e na Turquia (–6%).