
O vento e a subida das temperaturas ao princípio da tarde desta quarta (14) estão a provocar “reativações fortes” no concelho de Trancoso. A Proteção Civil afirma que o dispositivo está a reagir.
“As condições meteorológicas pioraram, como previsto, e está a haver reativações fortes em quase todo o perímetro do incêndio, que é muito grande, mas o dispositivo está a reagir para travar esses reacendimentos”, declarou o comandante operacional Rui Conchinha, comandante sub-regional de Portalegre, à agência Lusa.
O oficial adiantou que “não há nenhum ponto preocupante, porque os operacionais estão no terreno, e a trabalhar com a intensidade possível ao fim de todos estes dias”.
Neste momento, e de acordo com a página da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), estão com o combate ao fogo empenhados no combate ao fogo de Trancoso 451 operacionais, 146 viaturas e dois meios aéreos. O incêndio rural começou no sábado, na freguesia de Freches, e já afetou 11 das 21 freguesias daquele concelho do distrito da Guarda.
Rui Conchinha disse à agência Lusa que as expectativas para a tarde são moderadas devido ao agravamento das condições meteorológicas.
“Mudaram por volta das 14h00. Há vento moderado, com alguma rotatividade, as temperaturas subiram e a humidade relativa continua muito baixa. Estas condições vão manter-se durante a tarde e podem dificultar o nosso trabalho devido aos reacendimentos”, especificou o comandante operacional.
Situação em Aguiar da Beira está “mais estabilizada”
Rui Conchinha acrescentou que a situação no concelho vizinho de Aguiar da Beira — o posto de comando permanece em Trancoso —, também no distrito da Guarda, estava “mais estabilizada” ao princípio desta tarde.
O EFFIS, que se baseia em imagens de satélite do programa europeu Copernicus, precisa que a área ardida neste incêndio, que começou em Trancoso e alastrou para os concelhos de Fornos de Algodres, Aguiar da Beira e Celorico da Beira, totalizava na quarta-feira 13.741 hectares.
O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) também já revelou que, desde 1 de janeiro, arderam em Portugal continental 63.247 hectares, metade dos quais nas últimas três semanas. A área ardida este ano é nove vezes maior do que no mesmo período do ano passado e a segunda maior desde 2017.
Portugal está em situação de alerta devido ao risco de incêndio rural desde 2 de agosto e até ao final do dia de sexta-feira (15).