O incêndio florestal que há mais de 48 horas devasta o concelho de Arganil, no distrito de Coimbra, continua a evoluir de forma descontrolada, ameaçando aldeias e a Mata da Margaraça, considerada uma das joias ambientais da Serra do Açor.

O presidente da Câmara Municipal, Luís Paulo Costa, manifestou grande preocupação com a evolução do fogo, que se espalha em frentes distintas a norte, oeste e sudoeste da freguesia do Piódão, onde teve início na quarta-feira. “Neste momento a Mata da Margaraça está ameaçada. Ainda não ardeu, mas o fogo está nas imediações, na mesma encosta. Está a ser feito um trabalho para tentar conter o incêndio, mas está difícil”, alertou.

Durante a madrugada, entre as 03h00 e as 04h00, o incêndio “ficou completamente desgovernado” devido a ventos fortes e instáveis. As chamas desceram encostas abruptas da Serra do Açor e aproximaram-se das povoações de Moura da Serra e Casarias, alastrando depois pelos vales e cumeadas envolventes.

Uma das frentes avançou para a zona do Alto de Vinhó, junto à aldeia da Cerdeira, e para jusante de Parrozelos, tendo já ultrapassado a Estrada Nacional 344, que liga Coja ao Piódão. É esta frente que ameaça diretamente a área protegida da Mata da Margaraça.

Outra frente, que na quinta-feira ameaçou Sorgaçosa, evolui agora em direção ao Agroal, nas proximidades de Pomares, enquanto uma terceira lavra para sudoeste, rumo a Porto Castanheiro, localidade associada ao percurso do Rali de Portugal.

Segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, pelas 10h50 desta sexta-feira o incêndio mobilizava 911 operacionais, 307 viaturas e dez meios aéreos, num combate que se antevê longo e difícil.