
O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) disponibilizou 1,6 mil milhões de dólares (1.3 mil milhões de euros) a Moçambique desde 2015, disse esta semana, em Maputo, o presidente daquela instituição financeira, Akinwumi Adesina.
“De 2015 para 2025 já fornecemos 1.600 milhões de dólares a Moçambique. Podemos dizer que isto significa 41% do financiamento do BAD para Moçambique nos últimos 45 anos e 45% [do total do financiamento] realizou-se nos últimos dez anos”, disse o presidente do BAD, Akinwumi Adesina. O responsável falava em Maputo, durante a assembleia-geral do Africa50, um mecanismo continental que financia a construção de infraestruturas e que decorreu sob lema “Moçambique e Africa50: Unir Infraestruturas, Conectar Continentes e Transformar Vidas”.
Na ocasião, o presidente do BAD disse que a instituição tem financiado projetos na indústria extrativa, expansão da rede elétrica e apoio aos projetos de agricultura e transporte, sobretudo no centro e norte do país. Na mesma assembleia, o diretor-executivo da Africa50, Alain Ebobissé, disse que aquele órgão financeiro está “ansioso” para trabalhar com Moçambique no setor do gás, apontando que a solução para os problemas de infraestruturas no continente está nas mãos dos países.
No continente africano, a Africa50 tem avançado em investimentos que asseguraram a eletricidade a mais de 40 milhões de pessoas nos últimos anos, conforme informações avançadas hoje pelo diretor executivo daquele organismo.
“A verdade é que as soluções para o défice de infraestruturas em África já estão diante de nós. África pode e deve liderar os esforços para colmatar o défice de infraestruturas no nosso continente, trabalhando com nossos parceiros não africanos. Temos a estratégia, temos o capital, temos instituições africanas como a África50 com modelos comprovados de implementação (…), a nossa missão agora é expandir e acelerar, porque as necessidades de infraestruturas em África são urgentes”, apontou Alain Ebobissé
“Acreditamos que o gás natural seja um recurso essencial para África na transição energética, ao mesmo tempo que impulsiona a industrialização e o crescimento mais limpo. Somos fortes defensores de uma mistura de energia equilibrada, que orgulhosamente inclui o gás natural”, acrescentou.
No continente africano, a Africa50 tem avançado em investimentos que asseguraram a eletricidade a mais de 40 milhões de pessoas nos últimos anos, conforme informações avançadas hoje pelo diretor executivo daquele organismo. A Africa50 foi criada pelos governos africanos e pelo Banco Africano de Desenvolvimento para colmatar a lacuna de financiamento de infraestruturas em África, facilitando o desenvolvimento de projetos, mobilizando financiamento e investindo em infraestruturas. Atualmente conta com 37 acionistas, incluindo Moçambique, que aderiu ao mecanismo de financiamento no ano passado.
“Acreditamos que o gás natural seja um recurso essencial para África na transição energética, ao mesmo tempo que impulsiona a industrialização e o crescimento mais limpo”, disse Alain Ebobissé.
Na abertura da assembleia-geral do Africa50 foram assinados acordos em que este grupo vai financiar em Moçambique o projeto de construção de três linhas de transporte de eletricidade de 840 KV e a construção de um centro de dados na capital moçambicana. O presidente do conselho de administração da Eletricidade de Moçambique (EDM), Joaquim Henriques Ou-chim, explicou que os acordos vão garantir a construção de uma linha a partir do distrito de Metoro, na província de Cabo Delgado, ligando com o distrito de Marrupa, na província do Niassa, com capacidade para 220 kilovolts (KV).
A segunda linha vai partir de Chumuarra, na província da Zambézia até ao distrito de Inhaminga, na província de Sofala, com capacidade de 400 KV, sendo que a última, com capacidade de 220 KV, vai ligar Metoro, em Cabo Delgado, ao distrito de Namialo, em Nampula.
(Lusa)