Com cinco pontos nas quatro primeiras jornadas da Liga Portugal Betclic, o Arouca está a fazer um arranque tranquilo de temporada, apesar da goleada sofrida em Alvalade. Em declarações à Sport TV, o técnico Vasco Seabra relembrou aquelas que são as metas do clube para esta época, mostrando um discurso alinhado com a direção.

"Não vivemos obcecados com aquilo que vamos atingir em termos de classificação. Queremos ficar sempre o mais acima possível, porque temos uma ambição muito grande. Quanto mais acima ficarmos melhor, mas não vivemos com essa obsessão. Vivemos com os pés bem assentes no chão", disse, voltando a rejeitar o rótulo algumas vezes apontado às suas equipas: "Queremos protagonizar um jogo de qualidade, não porque somos românticos, mas porque temos muita vontade de ganhar e sentimos que essa é a melhor forma de tentarmos jogar para ganhar."

Plantel e balanço do mercado: "Estamos satisfeitos com o grupo e felizes com aquilo que construímos. Identificámos aquilo que pretendíamos para o mercado com a nossa administração e fizemos um grupo da forma que queríamos para podermos atacar este campeonato difícil. Temos muito talento no plantel que sentimos que poderá ser valorizado e que nos ajudará a garantir os nossos objetivos de fazermos melhor que na época anterior e de continuarmos a valorizar aquilo que é o jogo, procurando promover um jogo de qualidade e que as pessoas gostem de nos ver. Queremos manter o equilíbrio, nem entrarmos em euforia quando fazemos um bom resultado, nem em depressão quando fazemos um mau resultado."

Grupo blindado aos mercados ainda em aberto: "Acredito que o Joel Pinho [diretor geral do Arouca] e o Presidente não vão permitir que saia mais alguém. Tivemos uma excelente venda neste mercado, logo no cínico com o Chico Lamba. Temos um plantel muito jovem, com muitos valores individuais. Quase todos têm contrato com o Arouca, sentimos que eles estão felizes por estarem cá e nós estamos felizes com eles. Neste momento sinto-me tranquilo.

Derrota em Alvalade: "Foi o jogo que mais nos custou em termos do resultado, porque também sentimos que o momento do penálti e expulsão, que faz o 2-0, acaba por nos retirar um pouco do jogo e isso acaba por ferir. No entanto, o grupo também lida com isso com alguma naturalidade, o que felizmente também nos permite manter, tanto na vitória como na derrota, os pés assentes no chão. Sabemos a nossa realidade e seguimos com convicção e confiança daquilo que fazemos."

Lado positivo das vendas e valorização de ativos: "Pelo facto de termos vendido, por exemplo o Chico, fizemos um pedido expresso ao Presidente e ao Joel Pinho para que pudéssemos melhorar o nosso relvado do estádio. Foi melhorado e permite-nos ter agora mais condições para podermos jogar o jogo que nos valoriza, como nós falamos tantas vezes. Não ficamos em desespero com as saídas. Custa-nos, mas seguimos e seguimos sempre com um entusiasmo grande com os que temos e trabalhamos com o objetivo de que no final possamos ser felizes novamente."

Perspetivas para o campeonato: "Houve muito boas contratações na grande maioria dos clubes. Penso que vai ser um campeonato muito exigente, muito difícil, porque as equipas apetrecharam-se bastante. Nós também o fizemos, por isso assumimos a nossa quota de responsabilidade de querermos fazer bem, perante também a qualidade dos jogadores que temos porque acreditamos muito neles."

Fosso para os grandes: "Fizeram um investimento muito grande e podem ter criado um fosso ligeiramente maior, mas acredito que nós, enquanto clubes de média dimensão, vamos na mesma lutar e conseguir ir baixando um bocadinho as diferenças porque acho que isso tornará sempre o campeonato mais apetecível. Este ano as equipas médias tentaram realmente fazer um investimento maior no sentido de se conseguirem aproximar e ficarem mais completas. Com o decorrer da época, vai voltar a ser equilibrado. Creio que vai ser um Campeonato melhor até que do ano anterior."

Estabilidade em Arouca: "Sentimos esta estabilidade no ano passado. Quando chegamos ao clube, as coisas não correram bem logo de início e sentimos uma confiança muito grande do Presidente e do Joel Pinho que nos começaram logo a propor a renovação ainda nem sequer tínhamos tido nenhuma vitória. Acabamos por renovar porque sentimos realmente que precisávamos desta estabilidade de iniciarmos a época com os nossos jogadores, com quem temos uma relação incrível, para conseguirmos construir aquilo que queremos construir."