Os áudios do VAR das jornadas 3 e 4 das Ligas Profissionais Portuguesas foram divulgados e analisados esta quinta-feira, num programa na Sport TV com a presença de Duarte Gomes.

O Diretor Técnico Nacional da área da Arbitragem reconheceu ter ficado por mostrar um cartão vermelho direto a Nélson Oliveira, na partida entre Vitória SC e FC Arouca.

No lance em debate, o avançado atingiu com violência o tornozelo esquerdo de Jose Fontán, após efetuar um remate.

O árbitro Gustavo Correia mostrou cartão amarelo e manteve a decisão, mesmo após consultar as imagens do VAR a solicitação de Bruno Esteves.

Eis o comentário de Duarte Gomes

«É um lance muito interessante. O gesto técnico do remate não é infração. Se por acaso no âmbito desse gesto... lembro o lance de Luis Díaz com o Sp. Braga, que lesiona o David Carmo. Uma coisa é esse remate sem noção de quem está à frente. Outra é um jogador ter à sua frente alguém e ter essa perceção. Tem de ter prudência.

Qual é o ponto diferenciador dos dois lances? Na nossa opinião o jogador não retrai a perna, mas sim alonga a perna. Havendo a perceção do adversário, o jogador nada faz para retrair. Isto é um fator determinante. Acrescido ao facto do árbitro, cuja interpretação em campo é perfeitamente legítima, reconhecer que há falta. Neste lance ou não há infração, ou é para vermelho.

Isto é inaceitável com este desenho de gravidade para a integridade do adversário. Ou não considera falta e o contacto é inevitável ou considera infração e, sendo infração, é vermelho. Face à consequência do remate, não havendo nada para evitar, estávamos com a decisão que o Bruno Esteves requisitou ao colega. Pode lesionar claramente. Quem joga futebol sabe que é possível retirar o pé.»