
O candidato a Presidente da República Marques Mendes considerou hoje positivas as medidas anunciadas pelo Governo para a habitação, embora entenda que a estratégia para o setor ainda é insuficiente.
"A estratégia do Governo em matéria de construção e acelerar a construção está certa, mas como construir leva anos é preciso encontrar uma solução, entretanto, porque as pessoas não aguentam cinco anos com falta de casa ou nos valores que têm", disse o ex-líder do PSD no concelho de Arganil, no interior do distrito de Coimbra.
Numa visita a zonas ardidas na Serra do Açor e aos bombeiros de Coja e Arganil, concelho onde teve origem a meio de agosto o maior incêndio nacional, Marques Mendes incentivou o Governo a apostar e a rever o mercado de arrendamento.
O antigo ministro e candidato a Belém salientou que é preciso "mobilizar o mercado de arrendamento enquanto leva tempo a construir novas casas".
"A alternativa é o mercado de arrendamento que não tem funcionado, porque os Governos do passado não facilitaram a vida [ao setor]", frisou.
O candidato presidencial sustentou que é necessário criar condições para que os proprietários que têm as casas sintam que há estabilidade nas regras e as coloquem no arrendamento.
"É preciso criar condições de estabilidade e previsibilidade para que os proprietários as coloquem a arrendar. Isto implica provavelmente uma nova atitude e algumas alterações na lei, mas esta alternativa é necessária", sublinhou.
O presidente do PSD e primeiro-ministro anunciou domingo mais investimento para habitação acessível e que o Governo vai dar um prazo aos departamentos do Estado para justificarem património não usado.
Na sessão de encerramento da 21.ª edição da Universidade de Verão do PSD, em Castelo de Vide (Portalegre), Luís Montenegro anunciou que o Governo quer dar, esta semana, "um novo impulso à habitação", e anunciou várias medidas.
Como primeira medida, anunciou que na próxima quinta-feira vai ser assinada com o Banco Europeu de Investimento (BEI) uma linha de crédito de mais 1.300 milhões de euros para o domínio da habitação acessível.
Por outro lado, o Governo quer "ir mais longe" no aproveitamento do património do Estado, dando um prazo a todas as entidades públicas para que digam porque é que esse património não está a ser usado.
Na visita aos Bombeiros Voluntários de Coja, que abrangem a aldeia histórica do Piódão, onde teve início o maior incêndio nacional, Marques Mendes defendeu uma homenagem nacional aos bombeiros portugueses "pelo trabalho notável que têm feito" promovida pelo Presidente da República.
"Uma homenagem que é uma oportunidade para chamar a atenção da necessidade de incentivar os bombeiros, para os poder reter e atrair", disse o candidato à Presidência da República, que insistiu na ideia da comissão técnica independente que vai analisar os incêndios deste verão incluir peritos internacionais.
Marques Mendes reforçou novamente que o Governo deve incluir as autarquias locais nas estratégias de prevenção e combate aos fogos rurais para que se alcancem melhores resultados.