
A notícia surpreendeu e gerou muitas conversas e comentários. No início deste ano, a três semanas da Gala Michelin, Pedro Pena Bastos anunciou a saída do Cura, o restaurante que liderava desde a abertura e onde ostentava uma estrela e um Garfo de Prata. Prometeu, então, a inauguração, ainda em 2025, de um novo espaço “mais democrático e acessível”.
A promessa está prestes a ser cumprida, o Broto – assim se chama o restaurante – abre portas na segunda quinzena de setembro, no número 20 do Largo Rafael Bordalo Pinheiro. O projeto não tem qualquer relação (é apenas arrendatário) com o Lisbon Chiado Hotel, ainda por inaugurar.
Com 46 lugares e uma mesa comunitária para 10 pessoas, o Broto é apresentado por Pedro Pena Bastos como um restaurante “inspirado na cozinha portuguesa, nos pequenos produtores e nos ciclos dos produtos, e muito ligada às minhas raízes e memórias. É uma cozinha criativa, refinada, em que a sofisticação existe, mas é despretensiosa e mais virada para a partilha”. O objetivo é oferecer uma experiência mais informal e acessível.
O chef, que liderou restaurantes como Herdade do Esporão, Ceia e Cura, garante que a nova casa no Chiado “não é um fine dining, nem vai ter menus de degustação”. Em contraponto, promete “pratos com alma, feitos com ingredientes escolhidos a dedo e tratados com simplicidade”, com origem em pequenos produtores. “É um espaço onde a cozinha se liberta das amarras da formalidade, mas mantém o rigor e o respeito pela origem”. Exemplos? “Atum rabilho, folhas verdes, ponzu e halófitas”, “Porco preto alentejano Laborela, mil-folhas de batata, couve-flor, berbigão” e “Debaixo de uma figueira - Figos, hibisco, gelado de iogurte torrado”.
Prometem-se ainda vários pratos de partilha, que podem ser divididos por duas ou três pessoas, como o arroz de tamboril com marisco, que irá variar semanalmente em função do que chega da lota. “Vamos ter carnes de raças autóctones que também podem ser partilhadas”, afiança. O preço médio por refeição deve oscilar entre €40 e €50, sem bebidas.
Na bagagem, para o novo Broto, Pedro Pena Bastos leva também o prato de assinatura da carreira: “Lula, avelã, manteiga torrada de algas, caviar Oscietra”. “É um prato que representa o meu percurso e já me acompanha há muitos anos. Traduz muito bem o refinamento e a técnica com que podemos transpor uma memória para um restaurante. É inspirado numa massada de lulas, no molho cor de rosa das lulinhas estufadas”, explica o chef, nascido no Porto, em 1990.
Aberto o apetite, a curiosidade aponta para o nome do restaurante: Broto. “Achámos que era uma palavra que está muito ligada à ideia de raízes e o Broto é um restaurante construído em cima das minhas raízes pessoais. É um nome muito associado ao campo e ao ato de fazer nascer algo, de criar algo novo”, explica Pedro Pena Bastos.
Em contagem decrescente para a inauguração, o chef confessa que o novo restaurante “foi criado um pouco para ser uma extensão de mim, da minha essência e das minhas memórias, e, nesse sentido, é o meu projeto mais pessoal e menos elitista até hoje”. Exemplifica com os materiais escolhidos para o restaurante, como a terracota, o barro e a madeira, que “refletem esse universo português mais cru, mais campestre, que está ligado às minhas origens”. O Broto já aceita reservas através do email: table@brotochiado.pt
Acrescente-se que, a par do novo restaurante, Pedro Pena Bastos tem como desafio o papel de jurado em mais uma edição do concurso televisivo MasterChef Portugal, ao lado de Marlene Vieira e Rui Paula.