As Nações Unidas (ONU) declararam oficialmente, esta sexta-feira, a fome na cidade de Gaza, a primeira vez que tal acontece no Médio Oriente, após especialistas alertarem que meio milhão de pessoas se encontravam numa situação catastrófica.

Em entrevista à Grande Edição, da SIC Notícias, Oren Rozenblat, embaixador de Israel em Portugal, rejeita as conclusões do relatório da ONU, negando a existência de fome e de mortes por desnutrição naquele enclave palestiniano.

"Não há fome, nunca houve fome e ninguém morreu de fome em Gaza. Podemos ver crianças magras, mas é porque são doentes graves", começou por dizer o diplomata israelita, criticando os dados apresentados no relatório.

Oren Rozenblat recorre ao Direito Internacional Humanitário para referir que Israel não tem a obrigação de prestar ajuda, mas sim de permitir a entrada de ajuda humanitária.

"Esta é a primeira guerra no mundo em que um lado precisa de ajudar o outro com comida. Nós fizemo-lo pela nossa ética, não pela Lei Internacional Humanitária", apontou.

Na quinta-feira, 21 Estados, incluindo Portugal, e a alta representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros apelaram ao abandono urgente do projeto de construção de novos colonatos, que dividirão a Cisjordânia ocupada.

O diplomata israelita rejeita a declaração sobre a aprovação de um plano de construção junto a Jerusalém e reivindica o "direito histórico dos judeus de viver em qualquer lugar da Terra de Israel".