
“Benfica Vencerá” dá o mote para a campanha eleitoral de João Diogo Manteigas, um dos seis candidatos à liderança do clube da Luz. Com uma “visão sólida, transparente, séria e competente”, o projeto do candidato mais jovem passa por um Benfica que "lidere institucionalmente o setor desportivo em Portugal."
O candidato promete uma candidatura de "rotura geracional" com uma visão focada na união dos benfiquistas. Para isso, clara está, é necessário investimento, que, de acordo com João Diogo Manteigas, pode ser obtido internamente, não sendo necessário recorrer a investidores.
"O Benfica é um clube e uma Sociedade Anónima Desportiva que tem capacidade para se auto-regenerar e para ser sustentável."
Diz ter previsto, em matéria de "receitas operacionais", para o final do mandato, 174 milhões de euros com base nos direitos audiovisuais, "no aumento das receitas e dos patrocínios e em termos de 'merchandising' também".
O tema da centralização dos direitos televisivos tem dado bastante que falar e sobre essa matéria, o advogado considera que o Benfica "não pode ficar à margem" da discussão e deve, por outro lado, "liderar o processo" e receber mais do que os restantes clubes da Liga. "Vivemos num país onde o Benfica tem a sua maioria e tem de ser recompensado por essa sua maioria", acrescenta.
Benfica é um "interposto de jogadores"
Prossegue dizendo que as 'águias' são, hoje em dia, um "interposto de jogadores". Pra combater essa questão, o candidato entende que o número de jogadores deve ser reduzido nos escalões profissionais.
"O Benfica gastou nos últimos quatro anos cerca de 400 milhões de euros só em jogadores. Ganhou um campeonato, uma Taça da Liga e uma Supertaça. É insuficiente. O dinheiro não resolve os problemas, o que resolve é reestruturar o modelo desportivo. Apostar mais na formação, reter essa formação, efetivamente, tem de se alterar parâmetros das contratações de jogadores: menos contratações, mais qualidade, portanto o dinheiro que é investido não resolve o problema e isso é visível", expõe.
Nega ainda que uma passagem à fase principal da Liga dos Campeões não garante uma vitória de Rui Costa no sufrágio de 25 de outubro, uma vez que entende que esse feito será uma vitória "para todos os benfiquistas".
Se vencer as eleições, garante, irá manter no cargo o treinador que estiver ao serviço do Benfica nessa altura. Se for Bruno Lage, apresentar-lhe-á um projeto que será do seu agrado, acredita.
Para um projeto aliciante é necessário gerar fundos, que poederão ser obtidos, explica, através do 'naming' do estádio. Sobre essa matéria, assegura que já encetou contactos a nível europeu.
Sobre o decisivo dia 25 de outubro, o advogado crê que não haverá um vencedor na primeira volta e que estará na segunda e derradeira volta. Porquê?
"Por ter lançado a minha candiatura no dia 3 de setembro de 2024 e por andar aqui há muito tempo", declara.
Rui Costa "desportivamente foi um falhanço"
O desempenho de Rui Costa nos últimos quatro anos é outro dos tópicos abordados pelo candidato. João Diogo Manteigas acredita que o presidente das 'águias' "foi um falhanço desportivamente, internamente e institucionalmente".
"Juntou-se a quem não respeita o Benfica e a quem simplesmente não consegue estar de bem com o Benfica", critica, referindo-se à Liga, à Federação Portuguesa de Futebo (FPF) e a Pedro Proença.
Sobre o presidente da FPF, recorda as "jogadas de bastidores para que o Benfica o apoiasse para ser aprovado na Federação Portuguesa de Futebol".
Ainda num tom acusatório, vira atenções para o Sporting e para Frederico Varandas:
"No ano passado, em fevereiro, havia uma liga até um dia que foi uma entrevista na Sporting TV do presidente Frederico Varandas, e há um campeonato depois desse momento, em fevereiro. Se quiser, eu posso lhe dizer o que é que se passou. Uma sexta-feira dá uma entrevista a condicionar a arbitragem, tanto que foi punido com 50 dias de suspensão e pagou uma multa de 8 mil euros, no domingo, vamos dizer levianamente, que o Sporting foi beneficiado na Vila das Aves."
Para contrariar "os condicionamentos" extra-futebol que diz existirem, assume que pretende fazer com o Benfica lidere institucionalmente em Portugal o setor desportivo".
Por fim, analisa a candidatura de Luís Filipe Vieira, dizendo que "no lugar dele pensaria obviamente duas vezes":
"Ele vai passar, se quiser entrar no Benfica, vai passar muito mais tempo no Campus de Justiça do que no campo do Seixal. E acho que o Novo Banco vai pedir a insolvência pessoal dele."
O candidato sem uma "agenda na gaveta"
João Diogo Manteigas desempenha a função de advogado no setor do direito do desporto há 17 anos. Agora, pretende continuar ligado ao desporto, mas através do seu clube do coração.
Crítico de Rui Costa, entende que o atual presidente das 'águias' não lidera diretamente as áreas estratégias do clube e acredita que Luís Filipe Vieira ainda terá influência no universo benfiquista através de pessoas "ligadas à sua gestão".
Sem uma "agenda na gaveta", o candidato pretende que o Benfica volte a ser gerido de forma "coordenada" para a atingir o "sucesso desportivo e institucional".