
O euro subiu hoje face ao dólar, após o presidente da Reserva Federal (Fed) norte-americana, Jerome Powell, ter admitido baixar as taxas de juro para apoiar o emprego.
Às 18:00 (hora de Lisboa), o euro seguia a 1,1723 dólares, quando na quinta-feira, pelas 18:10, negociava a 1,1615 dólares. O euro também valorizou relativamente à libra, mas desvalorizou face ao iene. O Banco Central Europeu (BCE) fixou a taxa de câmbio de referência do euro em 1,1608 dólares.
O presidente da Fed afirmou hoje que os EUA "se aproximam do momento" em que será necessário baixar as taxas de juro para apoiar o emprego, mas advertiu que as novas tarifas aduaneiras podem voltar a pressionar a inflação.
Jerome Powell acrescentou que a Fed se encontra numa "situação delicada", já que as novas tarifas aduaneiras impostas pelo executivo norte-americano começam, em simultâneo, a repercutir-se nos preços pagos pelos consumidores, com o risco de reacender a inflação.
No tradicional discurso de abertura do simpósio anual de Jackson Hole, o presidente da Fed destacou que existem riscos tanto de aumento do desemprego como de uma inflação persistentemente elevada.
Isso coloca a Fed numa posição difícil, porque teria de baixar a taxa de juro para estimular o emprego, mas mantê-la alta --- ou até aumentá-la --- para combater a inflação.
Neste sentido, o responsável destacou que as taxas de juro da Fed estão atualmente "100 pontos base mais próximas da neutralidade do que há um ano", acrescentando que a estabilidade da taxa de desemprego e outros indicadores do mercado de trabalho permitem avançar com cautela ao considerar alterações na orientação da política.
"No entanto, com a política em território restritivo, o cenário base e o equilíbrio de riscos em mudança podem justificar um ajustamento da nossa posição", acrescentou, numa indicação mais clara do que em comentários anteriores de que estão a considerar uma descida das taxas.
Em qualquer caso, o presidente da Fed sublinhou que a política monetária não segue um rumo pré-estabelecido, acrescentando que os membros do FOMC, o órgão de decisão do banco central norte-americano, tomarão decisões apenas com base na avaliação dos dados e nas suas implicações para a economia e o equilíbrio dos riscos