A pressão sobre os serviços de urgência hospitalar volta a agudizar-se este fim de semana, com pelo menos seis unidades encerradas no sábado e oito no domingo, devido à falta de médicos especialistas para garantir as escalas. A situação, habitual nos meses de verão, volta a colocar em causa o acesso a cuidados de saúde urgentes em várias regiões do país.

Segundo informação oficial divulgada no Portal do SNS, estarão encerradas no sábado as urgências de Ginecologia e Obstetrícia dos hospitais do Barreiro, Vila Franca de Xira, Caldas da Rainha, Aveiro e Leiria. Estes encerramentos mantêm-se no domingo, dia em que também fecham as urgências de Almada e Santarém, totalizando oito unidades com serviços inativos.

O cenário repete-se na urgência pediátrica do Hospital de Vila Franca de Xira, que não estará operacional durante o fim de semana. Já no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, a urgência de Ginecologia e Obstetrícia receberá apenas casos encaminhados pelo CODU/INEM, uma medida que visa evitar o colapso do serviço. O mesmo critério será aplicado em Abrantes, mas apenas no domingo entre as 21h00 e as 24h00.

No Hospital Amadora-Sintra, a urgência pediátrica funcionará exclusivamente para casos referenciados pelo INEM ou pelo SNS 24, uma limitação que poderá gerar atrasos no acesso aos cuidados, sobretudo para famílias sem meios de transporte ou informação.

Apesar destes constrangimentos, o SNS garante a disponibilidade de cerca de 128 serviços de urgência em funcionamento no país, incluindo 30 de Ginecologia e Obstetrícia integrados no projeto-piloto com encaminhamento prévio através da linha SNS 24.

A Administração Central do Sistema de Saúde volta a apelar à população para contactar a linha SNS 24 (808 24 24 24) antes de se dirigir a qualquer urgência, de modo a evitar deslocações desnecessárias e aliviar a pressão sobre os serviços.

Os encerramentos ocorrem numa altura em que muitos profissionais de saúde estão de férias, agravando a falta crónica de médicos nas urgências — um problema estrutural que continua sem resposta política efetiva, apesar dos alertas persistentes dos sindicatos e das ordens profissionais.