A Reserva Federal norte-americana (FED) manteve inalteradas as taxas de juro de referência, entre os 4,25% e os 4,5% nesta quarta-feira. O presidente, Jerome Powell, afirmou que a incerteza continua elevada, embora o mercado de trabalho se mantenha robusto. O responsável não indicou qualquer tendência para a próxima reunião, agendada para os dias 16 e 17 de setembro, contrariando as pressões do presidente Donald Trump, que tem instado o banco central a reduzir as taxas de juro.

Trump, que na semana passada realizou uma rara visita à sede da FED em Washington, como parte de uma campanha para pressionar Powell, utilizou a divulgação dos dados de crescimento económico do segundo trimestre para defender a descida das taxas, com o argumento de que isso permitiria “às pessoas comprar e refinanciar as suas casas”.

Numa publicação na sua plataforma de redes sociais, a Truth Social, Trump descreveu a taxa de crescimento anualizada de 3% como “melhor do que o esperado” e defendeu que tal resultado deveria levar a FED a reduzir os custos dos empréstimos — uma resposta contrária à que os banqueiros centrais normalmente dariam perante um crescimento considerado acima do potencial subjacente da economia e passível de alimentar a inflação.

Antes da próxima reunião de setembro, a FED realizará o seu encontro anual em Jackson Hole, no estado do Wyoming, entre os dias 21 e 23 de agosto. Este evento, organizado pelo Banco da Reserva Federal de Kansas City, reúne dezenas de banqueiros centrais, decisores políticos, académicos e economistas de todo o mundo no seu simpósio anual sobre política económica.