
A Sociedade Mineira de Catoca produz anualmente cerca de 6 milhões de quilates de diamantes, gerando uma facturação global de 13,6 mil milhões de dólares, anunciou na última Terça-feira, 26, o presidente do Conselho de Administração da Endiama, José Ganga Júnior.
Segundo o responsável, a empresa – da qual a Endiama detém 41% – já distribuiu 2,8 mil milhões de dólares aos accionistas, refletindo a sua relevância estratégica para a economia angolana. Desde o início da exploração, a Catoca recuperou um total de 154 milhões de quilates.
Apresentando o painel “Catoca: A Génese, a Trajetória e o Futuro Esperado”, Ganga Júnior sublinhou que a sustentabilidade da mineradora depende do reforço da base de reservas e da diversificação para outros minerais, como o ouro.
“As empresas mineiras só prosperam se trabalharem continuamente na prospecção, aumentando as reservas. Esta é a forma de perpetuar o Catoca e de contribuir de forma mais significativa para o país”, afirmou.
O PCA da Endiama destacou ainda que as reservas do Catoca possuem teores aproveitáveis até 1.000 metros de profundidade, com estudos confirmados até aos 600 metros, suficientes para garantir operações até 2035. No entanto, frisou que será necessário avaliar a melhor tecnologia a adotar, seja a exploração a céu aberto ou a transição para mineração subterrânea.
Entre os desafios futuros, José Ganga Júnior apontou a concorrência crescente dos diamantes sintéticos, que já representam quase metade da oferta global. “Precisamos criar um sistema robusto de certificação de proveniência e autenticidade, para garantir a credibilidade dos diamantes naturais e evitar que sejam substituídos no mercado”, alertou.
Com uma trajetória marcada pela consistência produtiva e pelo peso económico, a Catoca reforça a sua importância não apenas para os accionistas, mas para a estratégia de diversificação e sustentabilidade da indústria mineira em Angola.