O corredor australiano Michael Storer declarou uma teoria polémica. O ciclista da equipa Tudor disse que Tadej Pogacar teria deixado escapar, de propósito, a vitória na 14.ª etapa da Volta a França, no Mont Ventoux, para reconquistar o coração do público francês.

O final da tirada foi de filme: na fuga, Valentin Paret-Peintre (Soudal Quick-Step) impôs-se nos metros finais da mítica subida da paisagem lunar, bateando Ben Healy (EF Education EasyPost) para conquistar a sua primeira vitória no Tour, salvando o orgulho francês abalado pela míngua de sucessos. Tudo isto enquanto Pogacar, já senhor de quatro vitórias de etapa e favorito à subida lendária, deixava-se ficar na roda do arquirrival Jonas Vingegaard, a uma distância recuperável. Mas que nunca foi...

«É estranho que a sua equipa [de Pogacar, a UAE Emirates] tenha puxado no pelotão o dia todo e depois, na última subida, não compensar esse esforço com a tentativa de ganhar a etapa», disse Storer ao podcast Hotseat da Domestique.

«Pelo que percebi, os adeptos franceses vaiaram-no. A direção da equipa decidiu que era melhor Pogacar não vencer naquele dia, para recuperar a popularidade ou para não a perder definitivamente», avançou Storer, que terminou a etapa do Mont Ventoux numa modesta 125.ª posição, a quase 27 minutos do vencedor, Valentin Paret-Peintre.

O australiano, que foi 42.º na classificação geral do Tour, até entende a jogada «diplomática», mas não contém a crítica ao esloveno e à equipa dos Emirados. «Se não quer ganhar, decide antes. Não desgasta toda a equipa para depois oferecer a vitória, é um desrespeito para com os seus companheiros. Talvez seja à moda antiga, mas para mim faz mais sentido assim».