Jeffrén, avançado espanhol formado no Barcelona, representou o Sporting entre 2011 e 2014, numa passagem que gerou muita expectativa, mas que ficou marcada pelas sucessivas lesões que o ex-blaugrana viveu. O extremo falou da saída do Barça ao podcast espanhol Helado Oscuro e culpou Andoni Zubizarreta, ex-diretor desportivo do clube catalão e dirigente que está em processo de saída do FC Porto, por não ter ficado em Espanha.

«A decisão de sair foi minha e de Guardiola. A conversa foi dura, disse-me que se eu ficasse não ia jogar, porque iam contratar um substituto, Alexis Sánchez. Mesmo assim, o Pep sempre teve muito afeto por mim. Encontrou-me no Qatar quando treinava o Bayern e disse-me: 'És o jogador mais rápido que já treinei'», começou por explicar Jeffrén, que passou, em seguida, ao ataque a Zubizarreta. «As lesões foram a razão para eu sair do Barcelona. O clube virou-me as costas. Não o Pep, mas sim o Zubizarreta. Estragou a minha carreira. Tive uma oferta do Valência. Os clubes estrangeiros davam 3 ou 4 milhões de euros e os espanhóis rondavam os 5 milhões. Fechou-me as portas em Espanha. Desde aí que nem consigo olhar para ele», afirmou.

Jeffrén saiu assim do Barcelona rumo ao Sporting, onde a passagem não foi feliz, como o próprio confessou: «Depois de sair do Barcelona não me consegui encontrar em lado nenhum. Só voltei a gostar de jogar futebol na primeira época na Tailândia.»

A vida no plantel de estrelas e o aviso a Yamal

Jeffrén viveu os tempos áureos do Barcelona com Pep Guardiola ao comando, tornando-se três vezes campeão espanhol e vencedor da UEFA Champions League de 2011. «Os nomes maiores tratavam-nos muito bem e deixavam os jovens confortáveis desde o primeiro dia. Se me perguntares o que é uma equipa, para mim, é aquilo. Dani Alves, Puyol e Xavi eram os que me tratavam melhor. Quando errava, diziam-me: 'Tudo bem, Jeff, vai acontecer'», elogiou o antigo avançado. Havia, porém, uma exceção: a forma como se lidava com Lionel Messi nos treinos: «Não lhe podias tocar e isso era problemático, porque muitos dos que vinham da formação entravam com dureza e... Se eras do círculo mais fechado dele podias esticar-te. Se não...»

Agora, uma das grandes figuras deste Barcelona é Lamine Yamal, que, após o final da temporada, esteve envolvido em polémica devido à festa do 18.º aniversário. «Tem 18 anos e é normal não saber as consequências dos seus atos. Mas se não o agarram, podem esquecer. Mas acho que o Barça vai fazer as coisas como deve ser», defendeu Jeffrén, que não considera Yamal o jogador que «faz a diferença»: «Têm muitos bons jogadores e as pessoas falam do Pedri. É como se o Xavi e o Iniesta não tivessem jogado com o Messi. O Messi não seria o que é hoje. Vejam o que aconteceu no PSG...»