
Portugal entra numa nova vaga de calor, com temperaturas a ultrapassarem os 40 graus Celsius em várias regiões do país. O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) já emitiu alerta vermelho para cinco distritos do Norte, onde se prevêem máximas persistentes e extremas.
Segundo o IPMA, Viana do Castelo, Braga, Porto, Vila Real e Bragança estão sob o nível mais elevado de alerta, devido à permanência de valores máximos de temperatura extremamente elevados, sobretudo no interior norte e centro do país.
As previsões indicam valores mínimos entre os 16 °C e os 24 °C, enquanto as máximas podem oscilar entre os 28 °C em Aveiro e os 41 °C em Braga e Évora. Já na região de Lisboa, as temperaturas devem ultrapassar os 35 °C, com tendência para se manterem altas ao longo de várias semanas.
“Poderá ser o agosto mais quente dos últimos 15 a 20 anos, tanto em temperaturas mínimas como máximas”, alertou o climatologista Mário Marques, em declarações à CNN Portugal.
Segundo o especialista, a partir de 10 de agosto as condições atmosféricas podem agravar-se, devido à presença de um anticiclone muito intenso, que deverá influenciar o tempo em todo o território continental.
Risco extremo de incêndios agrava preocupação nacional
O calor extremo aumenta o risco de incêndio florestal, colocando o país em alerta máximo. Na última noite, o fogo ameaçou a aldeia de Pardelhas, em Mondim de Basto, e alastrou até à aldeia de Pena, no concelho vizinho de Vila Real.
Segundo a SIC Notícias, os moradores de Pena foram apanhados de surpresa, sem presença de bombeiros no local, por estes estarem mobilizados noutras frentes de combate às chamas. Este incêndio, iniciado no sábado em Vila Real, é o que mais preocupa as autoridades, mobilizando já mais de 600 operacionais e 211 viaturas.
Lisboa pode enfrentar 50 dias por ano acima dos 35 °C até ao fim do século
Especialistas em urbanismo e sustentabilidade, citados pelo Diário de Notícias, alertam que a cidade de Lisboa poderá registar até 50 dias por ano com temperaturas superiores a 35 °C até 2100, caso não sejam tomadas medidas estruturais de mitigação.
Entre as soluções propostas está a criação de infraestruturas ecológicas, como “cidades-esponja”, que ajudam a reter águas pluviais e a arrefecer os centros urbanos. O grupo propõe ainda revisões nos regulamentos e incentivos à inovação verde, para preparar a cidade para as novas exigências climáticas.
Com o país sob pressão das alterações climáticas, as próximas semanas exigem vigilância redobrada das autoridades e da população. O calor extremo e os incêndios voltam a colocar Portugal numa encruzilhada crítica.