Aires Santos fez esta tarde um balanço um ciclo de 12 anos à frente da Assembleia Municipal de São Vicente, com um discurso marcado pela gratidão e pela crítica subtil ao modo como a política, por vezes, se perde em jogos menores. As palavras decorreram na sessão solene comemorativa dos 281 anos do Município.

“Os vicentinos sabem distinguir o essencial do acessório, a seriedade da conveniência, o compromisso genuíno da ambição vazia e bacoca”, afirmou, numa intervenção que juntou balanço de percurso, defesa da ética política e valorização das Assembleias Municipais.

O autarca recordou que começou o caminho através do Movimento Independente Unidos por São Vicente, mais tarde integrado no projeto social-democrata, sempre com a convicção de que a política deve ser um serviço público e não “um palco de interesses momentâneos”.

No balanço de três mandatos, sublinhou que a Assembleia Municipal “deixou de ser um órgão menor” para ganhar protagonismo na vida democrática local, e destacou a criação da Associação Nacional de Assembleias Municipais (ANAM), em 2016, de que foi fundador: “Mudamos a face das Assembleias Municipais não apenas na Madeira, mas em todo o país”.

O presidente cessante valorizou ainda o espírito de proximidade criado entre os 11 presidentes de Assembleia Municipal da Madeira, independentemente das cores políticas, destacando as amizades que perdurarão além da vida pública.

Aires Santos terminou com agradecimentos aos funcionários, à família e sobretudo aos vicentinos: “Foi por vós e convosco que fiz este caminho. Espero não vos ter defraudado. O futuro de São Vicente será tão forte quanto a sua gente quiser que seja.”

E deixou um aviso ético, citando Sá Carneiro: “A política sem risco é uma chatice, mas sem ética é uma vergonha”.