O chefe da diplomacia neerlandesa, Caspar Veldkamp, demitiu-se na tarde desta sexta-feira, após um debate infrutífero sobre a imposição de possíveis sanções a Israel numa reunião do Conselho de Ministros, informou a agência de notícias ANP.

"Constato que não estou em condições de tomar medidas adicionais significativas" para exercer pressão sobre Israel, declarou.

Veldkamp havia indicado na quinta-feira que desejava adotar mais medidas contra Israel, depois de declarar em julho os ministros israelitas de extrema-direita Itamar Ben-Gvir e Bezalel Smotrich "personae non gratae" nos Países Baixos.

Os Países Baixos encontram-se também entre os 21 países que assinaram na quinta-feira uma declaração conjunta classificando a aprovação por Israel de um importante projeto de construção de colonatos na Cisjordânia como "inaceitável e contrária ao Direito Internacional".

O ministro neerlandês indicou que as medidas que propôs foram "seriamente discutidas", mas que encontraram resistência em vários conselhos de ministros.

Caspar Veldkamp, já demissionário desde a queda do Governo, a 3 de junho, decidiu retirar-se agora, considerando não reunir a "confiança suficiente na sua capacidade para agir como ministro dos Negócios Estrangeiros nas próximas semanas, meses e anos".

A ONU declarou esta sexta-feira oficialmente a fome em Gaza, depois de os seus especialistas terem alertado que meio milhão de pessoas se encontram em "estado catastrófico", atribuindo claramente a responsabilidade por esta fome a Israel, que a tem usado como arma de guerra naquele território palestiniano devastado por quase dois anos de guerra.

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Com LUSA