
O encerramento de escolas em Jerusalém Leste e na Cisjordânia imposto por Israel nos últimos meses afetou cerca de 4.800 crianças palestinianas, que não podem voltar às salas de aula habituais neste novo ano letivo.
Do total de afetados, 800 são alunos palestinianos de Jerusalém Leste ocupado, dos quais 550 estudavam em três escolas do campo de refugiados de Shuafat.
Estes três estabelecimentos de ensino foram fechados quando, em maio passado, as forças israelitas invadiram as salas de aula e forçaram a saída dos alunos e do corpo docente.
Outras três escolas de outros pontos de Jerusalém Leste ocupado também foram fechadas no mesmo dia por imposição de Israel.
"Desde o encerramento destas escolas, temos feito múltiplos esforços para reabri-las e até recorremos à via diplomática. Mantivemos a esperança de que Israel as reabrisse com o início do ano letivo, mas não foi assim", denunciou à EFE Jonathan Fowler, porta-voz da UNRWA, agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos.
Fowler indicou que alguns dos 800 alunos afetados conseguiram matricular-se noutras escolas, mas desconhece em quais delas e em que condições.
Israel efetuou o fecho daquelas escolas com base numa lei, aprovada em outubro de 2024 e que entrou em vigor em janeiro deste ano, que proíbe a UNRWA de prestar serviços sociais a milhões de refugiados palestinianos, ao mesmo tempo que restringiu a capacidade dos seus funcionários de operarem no território israelita.
Os restantes 4.000 alunos afetados veem de campos de refugiados do norte da Cisjordânia (Yenín, Tulkarem e Nur Shams), pontos controlados por Israel desde janeiro passado, quando as suas forças lançaram uma das maiores operações nesses territórios palestinianos. Desde então, cerca de dez escolas do norte permanecem fechadas.
"As mais de 4.000 crianças matriculadas na UNRWA participarão em programas educativos adaptados, que incluem o uso de materiais de aprendizagem, ensino à distância e apoio ao estudo da Autoridade Palestiniana", explicou o porta-voz da agência. Fowler insiste que a questão que se coloca é "proteger o direito à educação das crianças palestinianas", algo que "as autoridades israelitas negaram".