O Presidente Nicolás Maduro advertiu hoje que a Venezuela passará "a um período de luta armada" para defender a soberania nacional, em caso de alguma tentativa de agressão dos EUA.

"Se a Venezuela fosse atacada, entraríamos imediatamente num período de luta armada, em defesa do território nacional, da história e do povo da Venezuela, e declararíamos constitucionalmente a República em armas", disse.

O Presidente da Venezuela falava numa conferência de imprensa perante jornalistas venezuelanos e internacionais, durante a qual se referiu às tensões com os EUA, país enviou navios lança-mísseis e fuzileiros para as Caraíbas numa alegada operação contra cartéis narcotraficantes.

"Estamos num período especial de preparação e, em qualquer circunstância, vamos garantir o funcionamento do país, seja da nossa responsabilidade ou não", sublinhou.

As tensões entre Washington e Caracas intensificaram-se nas últimas semanas, depois de em 16 de agosto, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, ter afirmado que os Estados Unidos estão preparados para "usar todo o seu poder" para travar o "fluxo de drogas" para o território norte-americano.

Em 18 de agosto, o ministro de Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, advertiu os Estados Unidos para que não ousem atacar o país porque os venezuelanos estão preparados para defender a pátria. Nas mesmas declarações, o ministro referiu que Washington também iria enfrentar a reação da América Latina.

Em 29 de agosto, o Governo venezuelano advertiu Washington que um ataque à Venezuela será uma "calamidade" e um "pesadelo" para os Estados Unidos.

"Seremos a sua calamidade, seremos o seu pesadelo e isso significará também a instabilidade de todo este continente. Por isso, o apelo é à paz. Acalmem-se, senhores falcões dos Estados Unidos. Acalmem-se, tranquilizem-se, porque vão causar um grande dano ao seu próprio país", disse a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodriguez, em declarações no estado venezuelano de Carabobo durante uma jornada de dois dias de alistamento voluntário da população para defender o país das alegadas ameaças dos Estados Unidos.

Caracas recebeu como ameaça a notícia de que Washington enviou para águas caribenhas navios lança-mísseis e 4.000 fuzileiros numa alegada operação contra cartéis narcotraficantes, em resposta à qual Caracas anunciou a deslocação por todo o país de 4,5 milhões de milicianos, componente da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB).

No passado dia 21 de agosto, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, apelou aos Estados Unidos e à Venezuela para que "resolvam as diferenças por meios pacíficos".