A Concelhia do Funchal do CDS-PP reagiu hoje à mudança de posição do CHEGA Madeira sobre a redução da idade da reforma na Região Autónoma da Madeira. Medida que, conforme referiu o partido, já tinha apresentado em proposta legislativa em Julho passado e que, na altura, foi rejeitada pelo partido liderado por Miguel Castro.

"Em Julho, o CDS-PP Madeira apresentou um projecto legislativo para reduzir em dois anos a idade da reforma na Região, sublinhando que a esperança média de vida na Madeira é inferior à média nacional", afirma.

A proposta, segundo revelou, "foi então contestada pelo CHEGA, que se colocou contra a iniciativa". Conforme recordou, "nas palavras de Miguel Castro, líder do CHEGA Madeira, no debate plenário sobre a proposta do CDS, esta proposta era “mais um exemplo de populismo e conteúdo vazio”, uma “irresponsabilidade legislativa” e “uma medida bonita, colorida que não passará na Assembleia da República”, apontando até que poderia ser “um perigo para a sustentabilidade da Segurança Social” e que por esse motivo o seu partido “não pode acompanhar”.

Contudo, hoje, conforme acrescentou, "o deputado do CHEGA na Assembleia da República, Francisco Gomes, levantou precisamente a mesma questão, questionando o Governo sobre a possibilidade de aplicar uma redução da idade da reforma aos madeirenses".

Pedro Pereira, presidente da concelhia do CDS-PP do Funchal, não deixou passar em branco esta mudança de posição e ironizou a reviravolta política: "A mudança de posição do CHEGA talvez seja um novo episódio de mudança de opinião depois da autorização do líder a nível nacional, a exemplo, de outras situações anteriores. Só depois do Ventura dar a bênção é que a estrutura regional se sente autorizada em defender os Madeirenses. Já todos sabemos que no CHEGA Madeira a autonomia fica sempre na gaveta."

O CDS Funchal congratula-se com o facto de a proposta ter ganho novo fôlego no debate político, "mesmo que por via de uma “pirueta” do CHEGA".

Para os centristas, "o essencial é que a Madeira possa ver reconhecida a sua especificidade, garantindo justiça social para os seus cidadãos no acesso à reforma."