
A Thales, o braço espacial do grupo industrial de defesa francês, vai desenvolver em Itália o módulo de habitat lunar, um elemento-chave do programa Artemis de regresso à Lua da NASA.
A Thales Alenia Space, uma joint-venture entre a Thales (67%) e o grupo italiano Leonardo (33%), assinou na sexta-feira um contrato com a Agência Espacial Italiana (ASI) "para realizar a fase de projeto preliminar do módulo de Habitat Lunar Pressurizado (MPH)", anunciou o grupo em comunicado de imprensa.
Este módulo, com lançamento previsto para 2033 a partir do Centro Espacial Kennedy da NASA, "será o primeiro sistema de habitação lunar dedicado, em conformidade com os acordos de cooperação bilateral celebrados entre as agências espaciais americana e italiana no âmbito do programa lunar Artemis", afirmou.
O objetivo do módulo é acomodar astronautas durante as suas missões à Lua e facilitar experiências de investigação científica com ou sem a presença de astronautas.
O módulo, um cruzamento entre um rover e um habitat lunar, será capaz de se mover pela superfície do satélite.
"O futuro módulo lunar, resultado da relação histórica entre a NASA e a ASI, faz parte de um projeto de investimento a longo prazo que a Itália empreendeu para nos permitir liderar a nova corrida espacial", enfatizou Teodoro Valente, presidente da Agência Espacial Italiana, citado no comunicado de imprensa.
Programa Artemis
O programa norte-americano para o regresso à Lua, Artemis, é constituído por várias missões. Depois de alguns adiamentos,a primeira missão Artemis I foi lançada a 16 de novembro de 2022. Não levou astronautas a bordo, visou testar o novo foguetão gigante da NASA, SLS (Space Launch System), e a cápsula Orion colocada no topo e onde viajarão as tripulações a partir da missão Artemis II.
A Orion, uma vez impulsionada pelo foguetão, irá até à Lua e entrará na sua órbita, para depois regressar à Terra, numa missão que pode durar de 25 a 42 dias. Deverá ser recuperada no Oceano Pacífico e depois reutilizada.
A missão Artemis II, que deveria primeiro colocar uma nave espacial tripulada em órbita da Lua, estava prevista para 2024, mas foi adiada de 2025 para abril de 2026.
Artemis III será a missão que levará o primeiro humano à Lua desde a Apollo 17 em 1972.
A ESA participa na missão com o módulo de serviço construído na Europa - European Service Module - que fornece energia e propulsão para a nave espacial Orion e também fornecerá água e ar para os astronautas. Participa também no projeto Gateway, um posto na órbita da Lua que vai fornecer um apoio vital no regresso de seres humanos à Lua. Será também um importante ponto de partida para a exploração do espaço profundo e de uma futura ida a Marte.