Rui Rocha demitiu-se este sábado da presidência da Iniciativa Liberal (IL), numa decisão comunicada após a reunião da comissão executiva do partido, realizada durante a tarde. Embora abandone a liderança, Rui Rocha manterá o seu lugar como deputado, numa legislatura que marca um novo ciclo político para o partido.

O Nascer do SOL adianta que teve acesso ao comunicado interno do IL e que o mesmo avança que, Rui Rocha justifica a decisão com os resultados das legislativas de 2025, que, embora tenham permitido ao partido alcançar nove deputados, ficaram longe dos objetivos traçados. “Foi Liberal para mais portugueses, mas ainda não os suficientes”, admitiu. Afirmou ainda que a exigência que aplica a si próprio o impede de ignorar este facto, e que “servir o partido significa agora abrir espaço a uma nova liderança e reflexão estratégica”.

Segundo os estatutos da Iniciativa Liberal, não será necessário convocar eleições internas imediatas, podendo o atual vice-presidente, Ricardo Pais Oliveira, assumir diretamente a presidência. Caso recuse, a liderança poderá passar, por ordem estatutária, para Mariana Leitão, Angélique da Teresa ou Rui Ribeiro. No entanto, fontes partidárias admitem que Mariana Leitão poderá avançar numa eventual eleição interna.

Rocha sublinha que a sua decisão é tomada com “total desprendimento”, frisando que nunca esteve “agarrado” a cargos que o momento é propício a uma reorganização interna. “Tomámos a decisão certa na moção de confiança, fizemos uma boa campanha, estivemos à altura das circunstâncias. Mas é hora de criar espaço para novos caminhos e lideranças”, referiu.

Durante os dois anos e meio de liderança, o ainda presidente da IL recorda que enfrentou quatro eleições regionais, duas legislativas, europeias e internas, num ritmo que descreve como equivalente ao de duas legislaturas completas. No mesmo período, o partido alcançou representação em todos os parlamentos regionais e o seu melhor resultado nacional em votos e mandatos.

Rui Rocha destacou também os avanços internos do partido, com o reforço das estruturas, a profissionalização da gestão, o crescimento dos núcleos e do número de membros, e a recusa sistemática de coligações pré-eleitorais, em nome da autonomia política e programática da IL. Recordou ainda a rejeição da entrada no Governo em 2024, por considerar não estarem reunidas as condições para implementar uma agenda verdadeiramente reformista.

Já marcámos profundamente a política portuguesa. Mas para Portugal e para a Iniciativa Liberal, o melhor continua para vir”, conclui Rui Rocha na nota de despedida.