
As instituições públicas atuaram de forma rapidíssima no foco de gripe das aves detetado numa exploração avícola de Benavente, distrito de Santarém, disse hoje o ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes.
“Quero realçar que se atuou de uma forma rapidíssima, temos de mostrar a importância das instituições que temos”, afirmou José Manuel Fernandes aos jornalistas, em Montemor-o-Velho, no distrito de Coimbra.
Em declarações à margem do colóquio “Agricultura no Baixo Mondego: Cooperativismo e Futuro”, a cujo encerramento presidiu, o ministro da Agricultura e Mar especificou que o caso foi tratado ao longo do dia de terça-feira, desde a deteção até à notificação.
Segundo José Manuel Fernandes, o proprietário da exploração de patos para engorda suspeitou da existência do foco da gripe aviária e a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) fez as análises no mesmo dia, enviando-as para o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV).
“O INIAV deu o resultado, que estava positivo, ontem [terça-feira] e a DGAV notificou”, no mesmo dia, frisou o governante.
“No mesmo dia, fez-se um trabalho que demonstra, também, a qualidade, a competência e o conhecimento que as nossas instituições têm. Hoje já se iniciou o despovoamento”, revelou o ministro, aludindo à eliminação dos animais da exploração avícola, em número não especificado
Em comunicado hoje divulgado, a DGAV informou ter sido “confirmado um novo foco de infeção por vírus da Gripe Aviária de Alta Patogenicidade (GAAP) numa exploração avícola de patos de engorda, na freguesia de Santo Estêvão, concelho de Benavente, distrito de Santarém”.
Na nota, a instituição vincou terem sido já implementadas medidas de controlo, que incluem o abate dos animais infetados, a inspeção do local onde a doença foi detetada, bem como a sua limpeza e desinfeção.
Por outro lado, foi restringida a movimentação nas explorações que têm aves e que se encontram num raio de até 10 quilómetros (km) em redor do foco.
Questionado sobre as medidas de deteção e controlo destas patologias, José Manuel Fernandes enfatizou a importância da prevenção, lembrando que a gripe aviária tem sido detetada em Portugal em aves selvagens, como gaivotas, e que deve ser evitado o contacto entre estas e as aves domésticas.
“Temos tido, felizmente, e temos, explorações onde há um grande cuidado, e temos de reforçar esses cuidados. Até por um bebedouro que possa existir, uma ave que pode entrar, um desleixo que se possa ter na contaminação de uma poça de água onde uma ave selvagem vá beber, tudo isso tem de ser fortemente acautelado”, avisou.
José Manuel Fernandes reforçou, por outro lado, que “não há risco no consumo de carne e de ovos”.
A nota da DGAV referia que transmissão do vírus para humanos acontece raramente, tendo sido reportados casos esporádicos em todo o mundo. Contudo, quando ocorre, a infeção pode levar a um quadro clínico grave.