A dois meses das eleições autárquicas, o PSD-Famalicão enfrenta uma das maiores crises internas da sua história recente. No centro da discórdia está a elaboração das listas de candidatos à Câmara e à Assembleia Municipal, um processo que expôs divisões profundas entre dirigentes e autarcas.

De acordo com informações avançadas pelo Notícias de Famalicão, a polémica começou com a substituição do mandatário da lista, decisão que terá sido tomada “nas costas da comissão política concelhia”. O nome inicialmente escolhido foi o do vice-presidente do PSD-Famalicão, Pedro Santos, mas acabou por ser trocado por Paulo Cunha. A alteração foi interpretada internamente como uma “manobra de bastidores” e um possível sinal de golpe.

A tensão agravou-se quando o atual presidente da Câmara, Mário Passos, eleito pela coligação PSD-CDS e recandidato, recusou ouvir a comissão política local para definir os candidatos a vereadores. O autarca é ainda acusado de interferir na escolha dos nomes para a Assembleia Municipal, uma competência atribuída exclusivamente ao partido.

Segundo a mesma publicação, Mário Passos discorda da lista encabeçada por Sofia Fernandes, presidente do PSD-Famalicão, apesar de ter participado no processo inicial. Uma fonte social-democrata garante que o autarca pretende excluir Sofia Fernandes e outros elementos da lista de candidatos, numa intervenção considerada inédita no histórico do partido a nível local.

Com as eleições à porta, a divisão ameaça fragilizar a estratégia do PSD em Famalicão, abrindo espaço para consequências políticas e eleitorais significativas.