Até 10 de outubro, decorrerão diversas atividades na Estação Ornitológica Nacional (EON), entre ações de formação em anilhagem de aves, bem como visitas diárias à estação, que todos os anos acolhem centenas de alunos, famílias e turistas.

As ações de formação visam capacitar os participantes com conhecimentos teóricos e práticos sobre a anilhagem de aves, incluindo visitas de campo para a montagem e desmontagem de redes de captura, anilhagem e observação de aves. A nível nacional, estas ações são coordenadas pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, através do Centro de Estudos de Migrações e Proteção de Aves (CEMPA) e da Central de Anilhagem.

A anilhagem é uma técnica essencial para o estudo das migrações, locais de repouso e reprodução das aves, fornecendo dados valiosos para a conservação das espécies.

Neste sentido, a Lagoa de Santo André tem sido um ponto crucial para a anilhagem, atraindo ornitólogos de todo o mundo e contribuindo significativamente para a proteção da avifauna, permitindo recolher informação fundamental para a proteção eficaz das espécies de aves migratórias e residentes.

Desde 1977 que se realizam na Estação Ornitológica Nacional (EON) campanhas internacionais de captura e anilhagem de aves na época das migrações de outono, que atraem ornitólogos portugueses e estrangeiros até este local do litoral alentejano.

Desde o início das campanhas, foram capturadas, recapturadas e anilhadas um total de 173 266 aves de 192 espécies. As espécies mais capturadas são o rouxinol-pequeno-dos-caniços (Acrocephalus scirpaeus), a andorinha-das-chaminés (Hirundo rustica) e a felosa-musical (Phylloscopus trochilus).

Na campanha de 2024, foram capturadas um total de 3206 aves, das quais foram anilhadas 2589 aves de 78 espécies e subespécies, tendo as restantes 617 aves sido recapturadas.

Dada a vulnerabilidade e importância conservacionista de muitas espécies de aves, a anilhagem não deve ser encarada como passatempo ou atividade de lazer, mas antes como uma atividade responsável, respeitando a legislação e atuando em conformidade com as orientações emanadas da European Union for Bird Ringing (EURING), organismo coordenador da anilhagem na Europa.

O processo de formação de anilhadores é exigente e prolonga-se por cerca de dois a três anos. Durante este período, o anilhador aprendiz é sujeito a uma avaliação final, com o objetivo de verificar a qualidade e o rigor do seu trabalho. Todos os anilhadores estão vinculados a um código de conduta obrigatório, que visa garantir o bem-estar das aves selvagens.