O primeiro-ministro, Luís Montenegro, cancelou as férias que tinha previsto gozar até 22 de agosto, face ao agravamento da situação dos incêndios no país, com particular incidência no distrito da Guarda. A informação foi avançada pelo gabinete do Executivo.

Montenegro esteve de férias nos últimos cinco dias, tendo cumprido agenda pública em quatro deles. Entretanto, Portugal acionou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, solicitando o apoio de quatro aviões Canadair, anunciou o comandante nacional da Proteção Civil, Mário Silvestre.

Num ponto de situação na Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), em Carnaxide, Mário Silvestre explicou que Portugal é o sétimo país a ativar o mecanismo europeu. Inicialmente, o país recorreu a acordos bilaterais com Espanha e Marrocos. Marrocos disponibilizou dois Canadair, que permanecerão em Portugal até segunda-feira. Os meios espanhóis apoiaram o combate aos fogos em Castelo de Vide e Chaves.

Após uma visita do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e do primeiro-ministro à sede da ANPC, o secretário de Estado da Proteção Civil, Rui Rocha, lamentou a morte do antigo autarca de Vila Franca do Deão, Carlos Dâmaso, no combate às chamas, endereçando condolências à família.

Rui Rocha apelou à «serenidade e tranquilidade» para os próximos dias, prevendo apenas na próxima terça-feira uma «janela de oportunidade» no combate aos incêndios, especialmente na região Centro. «Os próximos dias ainda vão ser de grande intensidade, empenho e responsabilidade de todos os portugueses», afirmou.

«Estamos todos convocados para este grande desafio. O nosso objetivo é chegar ao final deste período sem mais perdas e, acima de tudo, proteger as pessoas e os seus bens, que é o bem maior que um governo pode garantir aos seus cidadãos», sublinhou.

Respondendo a críticas de alguns autarcas, o secretário de Estado assegurou que tem estado em contacto direto com eles, assumindo essa responsabilidade como membro do Governo.

«Não sou Presidente da República, primeiro-ministro, nem ministro. Sou secretário de Estado, membro do Governo. E desde a primeira hora tenho mantido contacto direto com os autarcas, inteirando-me da situação», reiterou Rui Rocha.

Embora compreenda que «possam querer falar com o primeiro-ministro ou com o Presidente da República», Rui Rocha pediu que lhe permitam, «enquanto membro do Governo, assumir essa responsabilidade e garantir o contacto com todos os autarcas, no que toca aos seus apelos».