
Charles (5) — Ainda nem sequer as luvas tinham estado em conexão com a bola e já estava a sofrer um golo, tentando fazer a mancha para tapar o ângulo a Pepê, mas o brasileiro, com um toque de enorme classe, não lhe deu quaisquer hipóteses. Depois, ficou perplexo com a potência do golpe de cabeça de Samu e já estava o Vitória estava a perder por 0-2. No computo geral, três boas defesas, mas a falha técnica no terceiro golo, no qual em vez de agarrar a bola sacudiu-a para a frente, faz com que não fique do lado bom da lua.
Miguel Maga (4) — Teve pela frente um extremo puro com velocidade para dar e vender uma qualidade técnica assinalável, no caso Borja Sainz. Ainda tentou em algumas ocasiões ir atrás do espanhol, sem muito sucesso e quando lhe faltaram as forças, já num gesto meio desesperado, agarrou-o, num lance que fica como espelho da sua exibição global.
Borevkovic (5) — Ficou na retina um grande corte ao minuto 21 e o croata, diga-se, foi o mais certinho da linha defensiva vitoriana, tentando acertar uma linha que estava sempre a roçar no vermelho.
Miguel Nóbrega (5) — Travou duelo físico intenso com o monstro Samu, perdeu mais do que ganhou mas louve-se a coragem. O pior mesmo foi quando os adversários resolveram acelerar... aí foi um ai Jesus. Ficou com a missão de fechar entre o meio e a esquerda e Pepê estava inspirado mais aberto na faixa ou quando protagonizou diagonais para o centro do terreno. Em suma, ficou com a fava do bolo rei e não partiu os dentes todos.
Vando Félix (4) — É quase um crime lesa-futebol colocar um jogador tão virtuoso com uma tarefa tática tão específica de ficar com a faixa direita toda só para si, tentando esticar no ataque e fechar na defesa. A forma como foi ultrapassado por Samu no lance do primeiro golo, em que estava com os apoios trocados, e o toque de peito do espanhol deixou-o completamente desamparado é um indício claro que terá de se rever urgentemente o seu caderno de encargos, uma vez que a equipa ganhará muito mais se ficar só com tarefas mais ofensivas.
Tiago Silva (4) — Tem uma capacidade técnica acima da média e podia ter tido um papel interessante caso tivesse descido para o meio dos centrais na primeira fase de construção para com a sua qualidade de passe colocar a bola nas costas dos defensores contrários. Não o fez e ficou a equipa órfã de criatividade e de balanço minimamente ofensivo.
João Mendes (4) — Entre fechar na esquerda e ir ao ataque tentar qualquer coisa de palpável, ainda ficou perto do golo numa carambola (41), mas foi mais um demonstrar uma falta de agressividade gritante, basta olhar para o número de faltas que (não) fez para parar as investidas contrárias.
Nuno Santos (4) — Como que num grito de desespero dentro de campo, ele que começou a jogar na direita do ataque, descaiu para o meio-campo para tentar que a sua equipa fizesse alguma coisa de clarividente em termos ofensivos. Ainda perdeu uma bola que poderia ter redundado em mais um golo do dragão, ateve um slalom interessante (42'), mas depois disso não conseguiu escapar à enxurrada de asneiras da equipa.
Gustavo Silva (4) — Como avançado centro não se viu, quando derivou para a direita idem aspas. Nem um remate enquadrado à baliza. É certo que os companheiros estiveram longe de o servirem em condições, mas pedia-se mais.
Camara (4) — Começou o encontro cheio de balanço a tentar colocar a defensiva portista em sentido mas a partir do momento em que simulou qualquer coisa entre uma falta à entrada da área e um penálti e a perda de bola resultou no primeiro golo portista, entrou numa espiral de desacerto, sem que nada tenha feito de minimamente relevante. Saiu aos 56 minutos a abanar com a cabeça, não se percebendo se descontente com a decisão de Luís Pinto se com a sua própria exibição, mas pareceu mais a segunda opção...
Telmo Arcanjo (5) — Ainda tentou uma ou outra vez ir para cima dos adversários, mas estava demasiado descaído para o centro do terreno, ele que gosta de jogar mais encostado à faixa.
Nélson Oliveira (4) — Quem esperava que o internacional português desse vida ao ataque do conjunto de Luís Pinto enganou-se redondamente.
Lebedenko (4) — Completamente enrolado por Pepê aos 82 minutos, não escapou ao desacerto geral.
Ndoye (4) — Tem pouquíssimo tempo nos conquistadores mas foi lançado às feras. A jogar a ponta numa equipa sem lanças, pareceu demasiado desengonçado, mas é só a primeira análise.