É caso para dizer… caricato. Giuseppe Bergomi foi Campeão do Mundo em 1982, esteve em quatro fases finais dessa competição, mas nunca jogou qualquer jogo da fase de apuramento.

O italiano fez toda a sua carreira ao serviço do Inter, no qual conquistou uma Serie A (1988/89), uma Taça de Itália (1981/82), uma Supertaça de Itália (1989/90) e três Ligas Europas (1990/91, 1993/94 e 1997/98), mas o maior título que conquistou foi ao serviço da seleção italiana, o Mundial, em 1982, aos 18 anos!

O lateral-direito, que terminou a carreira em 1999/2000, somou um total de 81 internacionalizações pelo seu país e ainda seis golos, mas quase todos em particulares. A sua estreia por Itália aconteceu precisamente no ano da sua maior conquista, a 14 de abril de 1982, num jogo de preparação para a fase final do Mundial: perdeu e esteve apenas os últimos 28 minutos em campo.

Porém, não saiu do banco de suplentes nos primeiros quatro jogos: a Itália passou a primeira fase de grupos com três empates – Polónia (0-0), Peru (1-1) e Camarões (1-1) – e ganhou à Argentina (2-1), de Diego Maradona, no primeiro jogo da segunda fase, sem o defesa. No entanto, perante a lesão do compatriota Collovati, Bergomi entrou aos 34 minutos no duelo com o Brasil (3-2), numa altura que já ganhavam 2-1, e ajudou a sua equipa a chegar às meias-finais.

Nas meias-finais, a Itália voltou a reencontrar a Polónia e venceu 2-0 com Bergomi a titular pela primeira vez pelo seu país, cumprindo os 90 minutos. Na final, essa titularidade repetiu-se e resultou em novo triunfo, perante a Alemanha (3-1), culminando em estatuto de Campeão do Mundo logo aos 18 anos.

Após o Mundial 1982, Bergomi continuou a representar a Itália nos jogos de qualificação para o Europeu e também em muitos particulares, mas acabava por falhar os jogos de apuramento para a fase final do Mundial. Falhou o Euro 1984, mas esteve no Mundial 1986, que acabou logo nos oitavos de final – derrota com a França (0-2).

No Euro 1988, o italiano já conseguiu dar o seu contributo, atigindo as meias-finais, perdidas para a União Soviética (0-2), mas voltou a falhar os jogos de qualificação para o Mundial, de 1990, no qual foi capitão e titularíssimo indiscutível – voltaram a perder nas meias-finais frente à Argentina, nos penáltis, mas conquistaram a medalha de bronze diante da Inglaterra (2-1).

Entre 1991 e 1998, Bergomi não esteve presente em nenhum dos jogos da seleção e só voltou a representá-la no Mundial 1998, por opção, falhando os Euros 1992 e 1996, e pela primeira vez um Mundial, de 1994. Isso aconteceu depois ter sido expulso numa derrota na Noruega (1-2), na fase de qualificação para o Euro 1992, após um confronto com Erik Pedersen e uma discussão com Goran Sorloth, resultando numa suspensão de seis jogos. Bergomi passou sete anos sem ser convocado, não só por isso, mas também pela mudança de selecionador, que passou a ser Sacchi e que decidiu mudar o aspeto defensivo, considerando que o lateral não se conseguia adaptar a ele, após o fracasso em não se qualificar para o Euro 1992.

Porém, Bergomi foi surpreendentemente convocado por Cesare Maldini para a fase final do Mundial 1998, por causa da lesão de Ferrara. Começou no banco, mas acabou por ser titular em três dos cinco jogos devido à lesão de Nesta, incluindo no duelo dos quartos de final, em que voltaram a ser eliminados pelos franceses, e nos penáltis. Esse foi o seu último jogo por Itália, a 3 de julho de 1998, aos 34 anos.