O diretor técnico nacional da arbitragem, Duarte Gomes, revela as recomendações dadas aos árbitros para esta temporada em lances específicos de cada jogo

A arbitragem tem tido a preocupação de comunicar de outra forma porque percebeu que o silêncio reiterado só contribui para alimentar suspeitas.
Sem prejuízo das ações realizadas nessa matéria, a verdade é que raramente consegue chegar àqueles que vivem o jogo com paixão e entrega: os adeptos. Os dois formatos televisivos que arrancaram na semana passada serão (esperamos) passo importante nesse sentido, mas é preciso fazer mais.
Uma das formas mais simples é a partilha de esclarecimentos, tais como os que se referem às recomendações técnicas que demos aos nossos árbitros. O objetivo é "abrir o jogo", tentando que todos percebam os critérios que queremos aplicados em campo e em sala. A esse propósito, fiquem com algumas dessas instruções:
1.Clara oportunidade de golo
Queremos que sejam punidas com vermelho direto as infrações cometidas sobre jogadores que "claramente" estejam em condições de marcar golo. A lei refere quatro critérios para que isso aconteça: a possibilidade do atacante controlar a bola, a direção da jogada, a distância à baliza adversária e a posição/número de defensores. Se apenas um destes fatores levantar dúvidas ou não estiver totalmente preenchido, o cartão a exibir deve ser o amarelo. Por alguma razão chamamos "clara" oportunidade de golo.
2. Entradas com força excessiva
Uma coisa é disputar a bola com imprudência ou negligência (pode levar à sanção técnica ou à advertência) outra é o jogador atingir o adversário com força desproporcional e injustificada. Isso acontece sobretudo em entradas com maior intensidade e velocidade, de pé/perna em riste, pitons/sola à frente e contacto geralmente (mas não necessariamente) acima do perímetro da bola. Essas abordagens impetuosas colocam em risco a integridade física dos adversários. Nesses casos, a melhor decisão é a expulsão. As disputas entre atletas não podem ter força desproporcional.
3. Simulações
Quem tente ludibriar árbitros, adversários, adeptos e até colegas de equipa, deve ser sancionado. As simulações - quedas deliberadas sem contacto, provocações de choque seguidas de reações exageradas, atitudes desajustadas face a contactos inócuos, são "batota" e devem see penalizadas com amarelo, seja onde for, em que momento for. O que pedimos aos árbitros é que apenas atuem perante a evidência de manifesta vontade do atleta em incorrer nessa prática.
4. Contributo para a fluidez de jogo
É fundamental que os árbitros desempenhem papel ativo na deteção e controlo de expedientes que procurem quebrar fluidez e ritmo ao jogo. É certo que o número de faltas assinaladas trava o normal desenrolar do jogo, mas as maiores perdas de tempo estão nos recomeços de jogo (pontapés-livres, de canto e de baliza e nos lançamentos laterais), assistência a lesionados e substituições. São nesses que o rigor deve ser maior, porque a consequência não é apenas na demora em si: é no efeito perverso que tem na equipa adversária, nos bancos técnicos e nos adeptos. Pedimos menos tolerância para condutas antidesportivas.
PS - A FPF Fundação, incansável na criação de ações solidárias, lançou na passada 4ª feira a campanha "Portugal Conta Connosco", em resposta às consequências dos incêndios que afetam o país.
O objetivo é agradecer e apoiar o esforço dos bombeiros que, de forma corajosa, lutam para proteger as nossas florestas, vidas e bens.
O apoio de cada um de nós pode ser materializado através da linha de valor acrescentado 761 200 200.
O futebol tem obrigação de ser mais do que um mero desporto, posicionando-se na linha da frente a apoiar quem mais precisa. E tem sido assim, felizmente. Parabéns à FPF - Fundação pela iniciativa.