
"As políticas climáticas podem ajudar o comércio a fluir e as economias a crescer. E evitar impactes climáticos extremamente destrutivos", disse Stiell ao intervir na Cimeira da Natureza 2025, que decorre na Cidade do Panamá.
Lembrando que o comércio e a incerteza económica têm dominado as notícias, que as cadeias de abastecimento mundiais estão a desmoronar-se, Simon Stiell avisou que o caos climático pode ter consequências piores e que por causa das secas "a fome está de volta".
Quando se fala das tarifas e das barreiras comerciais e do abrandamento do crescimento há também boas notícias, como os projetos de energia limpa em todo o mundo, como os investimentos de milhares de milhões nesse setor.
O secretário executivo da ONU para as Alterações Climáticas da ONU acrescentou que são necessários novos planos climáticos nacionais, em todo o mundo.
Os planos nacionais (conhecidos por NDC) são as contribuições de cada país para reduzir os gases com efeito de estufa. Na próxima cimeira da ONU sobre o clima, no Brasil, os países devem atualizar os NDC.
"No passado, os planos climáticos tendiam a concentrar-se principalmente em cortes: cortes nas emissões de gases com efeito de estufa e na energia à moda antiga. Esta nova geração de planos climáticos concentra-se no crescimento. Indústrias e economias em crescimento", explicou Simon Stiell.
Nas palavras do responsável, se forem bem executados, estes planos podem atrair uma série de benefícios, como mais empregos, mais rendimentos, e um círculo virtuoso de maior investimento.
E porque a liderança política é importante, Simon Stiell disse que os sinais políticos de quase todas as maiores economias do mundo são muito claros: a descarbonização global é imparável e continua a ganhar ritmo e escala. "Mais de 90% da nova energia no ano passado era renovável".
Apontando as apostas no clima do Brasil, Alemanha ou China, o responsável opinou que tal não se deve só a melhores intenções ambientais, mas sim porque "a descarbonização global é a maior transformação económica", da atualidade, tornando-a "uma das maiores oportunidades de negócio" de sempre.
Salientando que a cooperação torna os países mais prósperos o secretário executivo defendeu ainda que agora é altura de trabalhar em conjunto para que todos beneficiem.
A Cimeira da Natureza junta líderes governamentais, empresários e filantropos e tem por finalidade impulsionar o futuro da economia azul e verde.
FP // JMR
Lusa/fim