O polícia florestal Pietro Aires é o cabeça de lista da Nova Direita à Câmara Municipal da Ribeira Brava, na zona oeste da Madeira, onde o partido apresenta propostas para reforçar setores como os da habitação e do turismo.

"A expectativa da candidatura é eleger um vereador", disse à agência Lusa Pietro Aires, acrescentando que "as pessoas têm de acreditar que a Nova Direita pode fazer a diferença".

O candidato, que é natural da Venezuela mas reside na Ribeira Brava desde criança, considera que o concelho "está um bocadinho estagnado" por ter sido governado quase sempre pela mesma força política, o PSD, mudando depois, em 2017, para o movimento RB1, constituído por dissidentes social-democratas.

"Uma das nossas preocupações é a habitação, embora seja uma preocupação transversal a todos os partidos", disse, criticando as autoridades camarárias por não promoverem a construção de habitação social no município, constituído por quatro freguesias: Ribeira Brava, Tabua, Serra de Água e Campanário.

Pietro Aires, que tem 52 anos (nasceu em 05 de agosto de 1973) e foi militante do PS até 2024, defende que a autarquia devia dar uso aos imóveis que possui, nomeadamente as escolas desativadas, transformando-as em fogos de habitação social e lares para idosos.

O candidato da Nova Direita quer também mais investimento nas acessibilidades, sobretudo ao nível dos caminhos agrícolas, e, por outro lado, pretende reforçar a aposta no setor do turismo, nomeadamente através da criação de percursos recomendados.

"A Ribeira Brava, tirando a freguesia da Serra de Água, não tem percursos recomendados", alertou.

Pietro Aires considera que, numa época de crescimento do turismo, em que se regista um excesso de carga humana nos percursos pedestres ao redor da ilha, a autarquia devia investir na criação e promoção de trilhos, desde logo tirando proveito da Levada do Norte, que atravessa o concelho.

O candidato preconiza também a recuperação e valorização dos miradouros e de vários pontos com interesse cultural e histórico.

Já no campo da proteção civil, a candidatura da Nova Direita defende a transformação dos bombeiros voluntários locais em sapadores, para garantir melhores condições salariais àqueles profissionais.

No concelho da Ribeira Brava, além do candidato da Nova Direita, concorrem Marco Martins (movimento Ribeira Brava em Primeiro), Celestino Sebastião (Chega), Marcelino Rodrigues (CDU), Arnaldo Hernández (JPP), Jorge Santos (PSD/CDS-PP) e Joel Abreu (PTP).

O atual executivo camarário é composto por seis vereadores do movimento Ribeira Brava em Primeiro (RB1), chefiado por Ricardo Nascimento, que atingiu o limite de mandatos, e um vereador do PS, partido que agora apoia o movimento independente.

Nas últimas autárquicas, em 26 de setembro de 2021, a coligação PSD/CDS-PP venceu em três dos 11 concelhos da Madeira: Funchal, São Vicente e Porto Santo.

O PSD, isolado, venceu em Câmara de Lobos e Calheta, enquanto o CDS-PP ganhou sozinho em Santana.

O PS conquistou a maioria Porto Moniz, Machico e Ponta do Sol, enquanto o JPP manteve a presidência em Santa Cruz.

Na Ribeira Brava venceu o movimento Ribeira Brava em Primeiro, com uma lista que recebeu o apoio de sociais-democratas e centristas.