O hospital Kamal Adwan, no norte da Faixa de Gaza, está a ser alvo de ataques "sem precedentes" pelo exército israelita desde sábado à noite, denunciou este domingo o diretor, Hussam Abu Safiya.

Segundo o responsável, os ataques foram feitos "sem aviso prévio" e sem permitir que os pacientes procurassem abrigo.

"Enviamos esta mensagem sob forte bombardeamento e ataques aos nossos tanques de combustível que, se atingidos, causarão uma enorme explosão e a morte em massa das pessoas que estão no hospital", afirmou Abu Safiya, em comunicado.

O diretor do hospital referiu que, atualmente, estão internadas cerca de 400 pessoas, incluindo bebés na unidade de recém-nascidos cujas vidas dependem de oxigénio e de incubadoras.

"Não podemos evacuar estes pacientes em segurança sem assistência, equipamento e tempo", afirmou.

O médico negou que o Kamal Adwan tenha recebido ordens de evacuação do exército e censurou o facto de não lhes terem sido dados os meios para facilitar a retirada dos doentes.

"Trata-se de protocolos e procedimentos oficiais que devem ser seguidos para que a ocupação (israelita) cumpra as suas obrigações no âmbito do direito humanitário internacional", declarou Abu Safiya.

O responsável considerou ainda que os hospitais e as escolas são locais que não devem ser objeto de guerra.

O exército israelita anunciou hoje que facilitou na sexta-feira, através do organismo que administra os assuntos civis nos territórios palestinianos ocupados, a entrega de 5.000 litros de combustível a Kamal Adwan, combustível que este e outros hospitais do enclave utilizam para fazer funcionar os geradores que produzem eletricidade.

Em comunicado, o organismo salientou que ajudou a transferir 87 pacientes e respetivos acompanhantes de Kamal Adwan para hospitais ativos na Faixa de Gaza.

Já o gabinete de imprensa do Governo do Hamas em Gaza condenou hoje, igualmente em comunicado, os ataques ao hospital destacando que "esta não é a primeira vez que o exército de ocupação comete ataques contra o hospital Kamal Adwan".

A guerra em curso em Gaza foi desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas em Israel, ocorrido a 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.

A guerra em Gaza foi desencadeada pelo ataque do Hamas contra Israel, em 07 de outubro de 2023, que causou a morte de 1.208 pessoas do lado israelita, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em números oficiais israelitas e incluindo reféns que morreram ou foram mortos em cativeiro na Faixa de Gaza.

Mais de 45.000 palestinianos foram mortos na campanha militar de retaliação de Israel no território palestiniano, a maioria dos quais civis, segundo dados do Ministério da Saúde do governo do Hamas para Gaza, considerados fiáveis pela ONU.