
A utilização da Inteligência Artificial (IA) deixou de estar confinada a laboratórios de inovação ou a projetos-piloto. Cada vez mais setores estão a integrar a tecnologia nos seus processos, produtos e serviços, mas persistem obstáculos na obtenção de resultados consistentes. Para maximizar o retorno sobre o investimento (ROI), empresas e organizações são aconselhadas a adotar uma abordagem estruturada que tem início na definição clara de objetivos.
O ponto de partida deve ser o alinhamento com metas de negócio específicas. Antes de qualquer desenvolvimento, importa determinar que problema a IA deverá resolver, seja na redução da perda de clientes, no aumento da eficiência interna ou no incremento de interações digitais. Esta clarificação permite estabelecer indicadores de desempenho (KPIs) que facilitam a medição do impacto. Um exemplo prático surge numa organização de vendas que recorreu à IA para analisar dados de atividade da equipa, conseguindo reduzir em 25% a discrepância nas previsões comerciais e libertar mais tempo para tarefas de contacto direto com clientes.
A escolha dos processos a otimizar é outro fator crítico. A aposta deve recair sobre pontos de fricção e não em fluxos já eficientes. Processos manuais, repetitivos e propensos a erros podem beneficiar mais da aplicação de IA, como aconteceu num banco que usou a tecnologia para analisar dados históricos e em tempo real, melhorando a segmentação de campanhas de marketing e aumentando em 20% a taxa de cliques.
Definir métricas desde o início é igualmente essencial. A transparência no funcionamento da IA e a medição dos resultados reforçam a confiança dos utilizadores internos. Um fabricante, por exemplo, implementou IA no apoio ao atendimento ao cliente, acompanhando métricas como o tempo médio de resposta e a taxa de resolução no primeiro contacto. Os ganhos registados permitiram validar a expansão da solução a outras áreas.
Outro desafio comum reside na fase de adoção. A aceitação da IA não depende apenas da qualidade técnica, mas também da facilidade de utilização e integração com ferramentas já familiares às equipas. Uma autarquia conseguiu aumentar significativamente a adesão à tecnologia ao integrá-la diretamente no sistema de gestão de processos, poupando tempo aos funcionários e exigindo uma formação mínima.
A flexibilidade e capacidade de adaptação das soluções é o quinto princípio a ter em conta. As prioridades empresariais mudam, os dados evoluem e os modelos de IA podem sofrer desvios ao longo do tempo. Plataformas configuráveis, que permitem ajustes sem necessidade de desenvolvimento complexo, ajudam a garantir a relevância contínua. Num caso concreto, uma equipa de customer success conseguiu adaptar o seu modelo de monitorização de contas de clientes através de ferramentas low-code, respondendo a novos padrões de comportamento e a feedback interno, mantendo assim a precisão e a utilidade do sistema.