O setor da educação voltou a ser, entre janeiro e julho de 2025, o mais visado por cibercriminosos a nível global, registando uma média de 4 356 ataques semanais por organização, segundo a Check Point Research. Este valor representa um crescimento de 41% face ao mesmo período do ano anterior e confirma a tendência de aumento de riscos durante momentos críticos, como o regresso às aulas.

A análise da empresa mostra que a região Ásia-Pacífico é a mais afetada, com 7 869 ataques semanais em média, enquanto a América do Norte registou o maior crescimento percentual, mais 67% em comparação com 2024. A Europa e África também observaram aumentos relevantes, respetivamente de 48% e 56%.

Em Portugal, o panorama segue a tendência internacional. As instituições educativas registaram 5 488 ataques semanais em média, mais 80% do que no ano anterior. Este nível de atividade coloca o país entre os mais expostos, ao lado de casos como Itália, com 8 593 ataques (+82%), e Hong Kong, com 5 399 ataques (+210%).

Segundo a Check Point, o aumento da digitalização das instituições, aliado a recursos limitados e à elevada dispersão de utilizadores — estudantes, professores, pais e ex-alunos —, torna o setor particularmente vulnerável a ataques cibernéticos.

Os investigadores destacam também a exploração de períodos sazonais. Só em julho de 2025 foram detetados 18 391 novos domínios associados ao setor da educação, dos quais um em cada 57 foi classificado como malicioso ou suspeito. A grande maioria destes casos esteve ligada a campanhas de phishing.

Entre os exemplos recentes estão e-mails enviados com ficheiros disfarçados de páginas de login universitárias, que redirecionavam para sites falsos a imitar o Microsoft Outlook, e documentos fraudulentos que simulavam atualizações de pagamento em universidades norte-americanas. Estes ataques foram concebidos para recolher credenciais de acesso e dados financeiros de estudantes e funcionários.

Recomendações e resposta necessária

Para mitigar os riscos, a Check Point sublinha a importância de medidas de prevenção, incluindo reforço da formação contra phishing, autenticação multifator, monitorização ativa de domínios suspeitos e atualização regular de sistemas críticos, como plataformas de email e colaboração. Além disso, a empresa recomenda a implementação de soluções que bloqueiem conteúdos maliciosos antes de chegarem aos utilizadores.

De acordo com a análise, a educação mantém-se no topo dos setores mais expostos ao cibercrime. A manutenção da segurança dependerá cada vez mais de estratégias proativas e de uma defesa em várias camadas, que permitam reduzir o impacto das campanhas maliciosas e proteger tanto os dados dos alunos como o funcionamento das instituições.