O turismo náutico tem registado um crescimento constante em Portugal, impulsionado pela procura de experiências ligadas ao mar, desde passeios de barco e vela até atividades de mergulho e pesca turística. O setor enfrenta atualmente uma carência de profissionais com formação especializada, capaz de responder às exigências de segurança, operação e gestão destas atividades.

Neste contexto, o TESP em Navegação de Recreio e Operação Marítimo-Turística surge como resposta à procura do mercado. Trata-se de um curso de nível 5 no Quadro Europeu de Qualificações, posicionando-se entre o ensino secundário e a licenciatura. A formação oferece uma base técnica e prática que capacita os diplomados para desempenharem funções em diferentes áreas do setor marítimo-turístico.

Segundo o coordenador do curso, o professor Tiago Carrelo, os estudantes adquirem competências que vão desde o planeamento de viagens, manutenção preventiva, gestão e logística operacional até à segurança de tripulação e passageiros. As saídas profissionais incluem funções em empresas de passeios marítimos, marinas, iates privados, mergulho, vela e até na marinha de comércio em tráfego local.

Além da vertente técnica, o curso valoriza também o contacto com o público, dado que muitos destes profissionais trabalham diretamente com turistas nacionais e estrangeiros. A capacidade de comunicação e a postura de relações públicas são vistas como fatores complementares para o sucesso na profissão.

Portugal, pela sua posição geográfica e pela crescente atratividade do turismo costeiro, apresenta condições favoráveis para a expansão destas atividades. A procura por profissionais formados tem sido elevada e os diplomados da Escola Náutica Infante D. Henrique têm encontrado oportunidades imediatas no mercado.

Outro ponto relevante é a possibilidade de progressão académica. O TESP permite acesso a licenciaturas dentro da própria instituição, nomeadamente em Pilotagem, o que abre caminho para carreiras na Marinha Mercante. Este modelo de formação não só garante empregabilidade no curto prazo, como também assegura uma continuidade de estudos para funções de maior responsabilidade.

A aposta em cursos técnicos como este responde a uma necessidade estratégica: garantir mão-de-obra qualificada para um setor em expansão. Num país com forte ligação ao mar, o investimento na formação especializada representa uma oportunidade para reforçar a competitividade do turismo marítimo nacional.