O Gabinete de Cibercrime da Procuradoria-geral da República (PGR) emitiu um alerta recente devido ao aumento de burlas que prometem empregos online fáceis e bem remunerados, mas que têm como único objetivo enganar os candidatos para obter benefícios financeiros ilegais.

O esquema começa com contactos por chamada telefónica, mensagens SMS ou redes sociais, nos quais os supostos recrutadores afirmam que o trabalho pode render entre 300 a 600 euros e oferece flexibilidade, sem necessidade de cumprir oito horas diárias. Muitas vezes, os criminosos simulam representar departamentos de recursos humanos de empresas conhecidas, como a Booking, para captar a confiança das vítimas.

As tarefas propostas envolvem, por exemplo, avaliar online estabelecimentos hoteleiros para melhorar a sua visibilidade ou realizar ações em redes sociais, como seguir páginas ou colocar “likes”. Inicialmente, as vítimas chegam a receber pequenas quantias, o que as leva a avançar para níveis “mais lucrativos” do esquema, que exigem adiantamentos financeiros sob a promessa de devolução com comissões.

No entanto, estas quantias maiores nunca são devolvidas e as vítimas acabam por sofrer perdas elevadas, chegando a transferir milhares de euros para os burlões, que depois desaparecem, deixando os lesados sem contacto.

A PGR salienta que este tipo de burlas tem afetado sobretudo jovens à procura do primeiro emprego e desempregados, que muitas vezes não verificam a legalidade das ofertas nem a existência física das empresas.

O Gabinete de Cibercrime tem recebido um número crescente de denúncias — de 42 em 2023 para 253 em 2024 — e alerta para que os cidadãos ignorem contactos suspeitos que prometam emprego fácil, especialmente se solicitarem envio de dinheiro ou dados pessoais.

Para evitar ser vítima, a PGR aconselha a não responder a chamadas ou mensagens de recrutamento não solicitadas, a não clicar em links suspeitos e a verificar sempre a autenticidade das ofertas de trabalho.