Os titulares de crédito à habitação com revisão contratual em agosto vão beneficiar de uma nova redução na prestação mensal, graças à descida acumulada das taxas Euribor nos últimos trimestres. No entanto, a ligeira inversão registada em julho indica que este ciclo de alívio financeiro pode estar perto do fim.

A média das taxas Euribor a 3 e 6 meses em julho revela um ligeiro aumento face a junho, algo que não acontecia em simultâneo desde outubro de 2023. Já a Euribor a 12 meses manteve-se em queda, mas com um recuo quase residual. Ainda assim, como a prestação da casa é revista com base na comparação com a última revisão contratual — abril para a Euribor a 3 meses, janeiro para a de 6 meses e julho de 2024 para a de 12 meses —, os valores de referência continuam a ser significativamente mais baixos, traduzindo-se numa redução relevante do encargo mensal.

Este comportamento das Euribor ocorre num contexto em que o Banco Central Europeu (BCE) poderá estar a encerrar o atual ciclo de descidas das taxas de juro. Após uma escalada histórica das taxas entre 2022 e 2023 para travar uma inflação que chegou a ultrapassar os 10% na Zona Euro, o BCE reduziu gradualmente os juros, colocando a taxa de depósitos nos atuais 2%.

Na reunião mais recente, Christine Lagarde anunciou a manutenção das taxas, sinalizando prudência. A maioria dos economistas inquiridos pela Reuters antevê pelo menos mais uma descida até ao final de 2025, possivelmente em setembro, mas sem consenso.

Apesar da incerteza futura, os créditos revistos este mês continuarão a beneficiar do ambiente de taxas mais baixas, sendo aconselhável aos mutuários que acompanhem a evolução do mercado para eventuais renegociações ou amortizações estratégicas.