Portugal surge no fim da tabela europeia no que toca ao investimento na prevenção e combate a incêndios. De acordo com números hoje publicados pelo Eurostat, o país tinha em 2024 12.800 bombeiros profissionais, representando 0,25% do emprego total nacional, entre os cerca de 390.600 registados na União Europeia.

Ainda assim, o peso da despesa pública dedicada a este setor é dos mais baixos da União: 0,3% do total das contas do Estado, igualando a Áustria e apenas acima da Dinamarca (0,1%) e de Malta (0,2%). Em contraste, a Roménia liderou a lista, ao aplicar 0,9% das suas despesas governamentais na proteção contra incêndios, seguida da Estónia e da Grécia, ambas com 0,7%.

Os dados revelam também que a profissão continua a atrair camadas mais jovens. Três em cada quatro bombeiros profissionais na União Europeia têm entre 15 e 49 anos, uma proporção bastante superior à média da população ativa do espaço comunitário, onde apenas 64,8% se enquadra nesse grupo etário.

No total, os governos europeus gastaram em 2023 cerca de 40,6 mil milhões de euros na proteção contra incêndios, um aumento de 8,5% em relação a 2022. Porém, a proporção desta despesa manteve-se estável desde 2017, representando 0,5% do total da despesa governamental.

A publicação destes números coincide com um verão em que Portugal continental tem sido fustigado por incêndios de grande dimensão, sobretudo nas regiões Norte e Centro, um cenário que volta a colocar em evidência o debate sobre a adequação do investimento público nesta área crítica.