
O verão de 2025 continua a impor desafios extremos ao território português. A partir deste domingo, os termómetros poderão ultrapassar os 40 ºC em grande parte do continente, configurando uma nova onda de calor com características excecionais. A situação é já considerada atípica pela sua duração e abrangência, levando meteorologistas e autoridades a manterem e agravarem os níveis de alerta em várias regiões, especialmente no interior e norte do país.
Segundo declarações de Jorge Ponte, meteorologista do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), a severidade deste episódio não se limita à intensidade das temperaturas, mas sobretudo à persistência do fenómeno, que deverá estender-se por mais dias do que o habitual. “É normal haver calor no verão, mas com esta duração e extensão, trata-se de uma situação com alguma excecionalidade”, sublinha.
Avisos em escalar: Norte e Interior sob vigilância apertada
Nesta quinta-feira, 13 dos 18 distritos de Portugal continental encontram-se sob aviso amarelo, o nível mais baixo de alerta meteorológico. No entanto, para as zonas mais afetadas, como o Norte e o Interior Centro, antecipa-se um agravamento para nível laranja, com possibilidade de evolução para nível vermelho — o mais grave na escala de perigosidade do IPMA.
Enquanto Lisboa, Leiria, Aveiro e Coimbra verão os seus alertas terminarem ao fim da tarde de hoje, a região do Alentejo poderá enfrentar valores superiores a 42 ºC já a partir de domingo, cenário que exige especial atenção por parte das populações rurais e autoridades locais.
Recomendações de proteção civil e saúde pública
As autoridades continuam a recomendar hidratação constante, evitar exposição direta ao sol entre as 11h e as 17h, e especial atenção a idosos, crianças e doentes crónicos. Atividades ao ar livre devem ser restringidas, e agricultores e operários devem adotar medidas adicionais de segurança. A Proteção Civil está em prontidão para ativar planos de contingência locais, caso os níveis de risco subam para vermelho.
Esta nova onda de calor reforça a urgência de repensar modelos urbanos, sistemas de aviso e medidas estruturais de mitigação dos efeitos do clima extremo, que, ao contrário de episódios esporádicos, estão a tornar-se parte da nova normalidade climática do século XXI.