
O Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef) estima que cerca de 3,4 milhões de crianças precisam de assistência humanitária em Moçambique, alertando para um défice de 35,6 milhões de dólares (31,1 milhões de euros) para apoio.
De acordo com um relatório daquela agência da ONU, consultado ontem pela Lusa, entre as causas da crise em Moçambique está a insegurança armada no norte do país e o surto de cólera que afeta, principalmente, a província de Nampula.
"A situação de segurança no norte continua volátil, tendo sido relatados vários incidentes em Cabo Delgado e Niassa, obrigando crianças e famílias a abandonar as suas casas", refere-se no documento.
Segundo a Unicef, até maio, cerca de 2,3 milhões de pessoas foram vacinadas contra a cólera no país e 357.500 crianças submetidas ao rastreio da malnutrição, das quais, quase 12.600 receberam "tratamento vital".
No mesmo período, aquela agência da ONU indica que disponibilizou água potável a 116.900 crianças e famílias, 149.500 crianças e cuidadores receberam apoio psicossocial, e 173.300 crianças tiveram acesso à educação.
"O apelo de assistência de saúde e bem-estar da Unicef para 2025 apresenta um défice de financiamento de 35,6 milhões de dólares (31,1 milhões de euros)", refere a organização.
O Fundo as Nações Unidas para Infância alerta que, com a escassez no financiamento, pelo menos dois milhões de crianças correm risco de não receber a "vacinação essencial", 572.800 crianças e famílias não terão acesso a água potável, 335.500 pessoas não poderão aceder a apoio psicossocial e "as crianças com subnutrição aguda grave não sobreviverão sem tratamento que lhes é oferecido".