O voo livre português está de luto. Eduardo Lagoa, de 57 anos, natural de Santo Tirso e residente no Montijo, faleceu na passada sexta-feira em Chambley-Bussières, França, vítima de uma queda de cerca de 50 metros quando realizava treinos de preparação para o 12.º Campeonato do Mundo de Paramotor.

A prova decorre até 31 de agosto em Vernéville, mas o acidente não aconteceu em competição oficial. O corpo do piloto foi encontrado já sem vida no local, confirmou a imprensa francesa. As autoridades abriram um inquérito e delimitaram uma zona de segurança de 100 metros para apurar as circunstâncias da tragédia.

Georges Humeau, presidente do clube local Chambley ULM Sports & Loisirs, afastou a hipótese de falhas meteorológicas ou erro humano, sublinhando a vasta experiência dos pilotos. O responsável admitiu que Lagoa poderá ter-se sentido mal em pleno voo, apesar de o equipamento ter sido previamente verificado.

Em Portugal, a notícia gerou forte consternação. Eugénio de Almeida, presidente da Federação Portuguesa de Voo Livre, recordou a dedicação e liderança de Eduardo Lagoa, deixando uma mensagem de pesar pela morte do selecionador nacional de paramotor: “A paixão pelo voo, o espírito de liderança e o compromisso com a excelência marcaram todos os que tiveram o privilégio de partilhar os céus com ele”.

Com mais de três décadas dedicadas à modalidade, Eduardo Lagoa fundou no Montijo a escola de voo Flytime, somando cinco títulos nacionais e igual número de recordes. Considerado um dos grandes promotores do parapente e do paramotor em Portugal, deixa um legado que continuará a inspirar novas gerações de pilotos.