O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) acusou o Governo e a Ministra da Saúde de criarem um cenário de instabilidade no Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM). Segundo a estrutura sindical, as recentes decisões ministeriais retiraram competências ao Conselho Diretivo (CD) e deixaram por resolver questões críticas, afetando diretamente profissionais e serviços.

Pagamento em atraso e falta de recursos humanos

Um dos exemplos apontados é o atraso prolongado no pagamento do trabalho extraordinário e suplementar aos enfermeiros e restantes profissionais do INEM. O SEP considera que o problema se arrastou porque a Ministra centralizou decisões, retirando ao CD a autonomia para autorizar os pagamentos.

O sindicato alerta ainda para a grave carência de enfermeiros, que tem levado ao aumento de horas extraordinárias. Embora existam 34 vagas abertas, o Governo não autoriza novas contratações, situação que compromete a operacionalidade das equipas e o funcionamento das ambulâncias de Suporte Imediato de Vida (SIV).

Serviços sem meios de emergência

A falta de profissionais reflete-se também na impossibilidade de abrir novas unidades de emergência. Há atualmente 7 a 8 Serviços de Urgência Básica (SUB) e Serviços de Atendimento Permanente (SAP) sem ambulâncias SIV, veículos considerados essenciais no socorro pré-hospitalar.

Pedido de reunião urgente

O SEP já solicitou uma reunião com caráter de urgência ao Conselho Diretivo do INEM, exigindo explicações sobre as medidas que pretende adotar para resolver estas falhas, que estão a gerar “grande instabilidade e indignação” entre os profissionais.