
A Comissão de Festas de Marinhais decidiu antecipar o espetáculo de fogo de artifício agendado para a noite de sábado, lançando-o às 23h30, meia hora antes de Portugal continental entrar oficialmente em situação de alerta devido ao agravamento do risco de incêndio rural.
A decisão foi anunciada nas redes sociais mediante uma publicação, entretanto apagada, mas cuja informação continua a circular, nomeadamente na rádio local, que partilhou um vídeo do momento do lançamento. A situação gerou forte contestação pública nas plataformas digitais, especialmente numa altura em que o país enfrenta uma vaga de incêndios que mobiliza centenas de operacionais.
No comunicado eliminado, lia-se que, “por imperativos de ordem legal”, o fogo de artifício teria de ser antecipado, garantindo que “estavam reunidas as condições de segurança” para a sua realização. No entanto, essa segurança não se verificou. Segundo o Comando Sub-Regional da Lezíria do Tejo, foram registados cinco focos de incêndio nas imediações do local onde o fogo foi lançado. Os Bombeiros de Salvaterra de Magos, que já se encontravam no terreno devido ao evento, intervieram rapidamente e extinguiram as chamas.

O fogo estava originalmente programado para 00h30, já em pleno período de alerta, o que inviabilizaria legalmente a sua realização. A antecipação visou contornar essa restrição, mas acabou por não evitar consequências.
A SIC avança na sua edição ‘online’ que contactou a Comissão de Festas, mas até ao momento não obteve qualquer resposta.
O distrito de Santarém, onde se localiza Marinhais, esteve sob aviso amarelo no sábado e passou para aviso laranja no domingo, refletindo o agravamento das condições meteorológicas. O país mantém-se em situação de alerta pelo menos até quinta-feira, sendo proibida a utilização de qualquer material pirotécnico.
Esta decisão levanta sérias questões de responsabilidade por parte da organização das festas, num contexto em que as autoridades apelam à máxima contenção face ao elevado risco de incêndio. A remoção da publicação oficial da comissão nas redes sociais, sem qualquer esclarecimento, adensa a polémica e coloca sob escrutínio a gestão do evento.