
A segunda edição do EncruzArte arrancou ontem, 8 de agosto, na Quinta D. Leonor, em Mangualde, com um discurso marcado pelo orgulho nas tradições e no desenvolvimento do concelho. O evento, que decorre até 10 de agosto, reúne produtores de vinho, gastronomia regional e comunidade local e emigrante, numa verdadeira celebração da identidade cultural.
O presidente da Câmara Municipal de Mangualde, Marco Almeida, abriu a sessão destacando a importância da casta, “rainha do Dão”, como símbolo do património vitivinícola da região. “Mais do que um evento, é uma celebração daquilo que somos e das nossas raízes”, afirmou, lembrando que esta edição já ultrapassa fronteiras municipais, com produtores de vários concelhos da região demarcada do Dão.
Marco Almeida sublinhou o papel central dos produtores locais como “principais e maiores embaixadores” do vinho do Dão, reconhecendo o contributo diário para a promoção de um produto “único e genuíno”. O autarca destacou ainda que, em apenas dois anos, o EncruzArte registou um crescimento notável e perspetiva um futuro de consolidação e maior abrangência.
O presidente recordou também a importância económica do setor vinícola, dando como exemplo a Gala dos Melhores Vinhos do Dão, realizada pela primeira vez em Mangualde no passado mês de julho. O aumento do número de produtores e dos vinhos premiados reforça, segundo Marco Almeida, a notoriedade e a qualidade da produção local.
Outro ponto de destaque foi a ligação do vinho ao enoturismo, com impacto direto no crescimento turístico do concelho. Entre 2021 e 2024, Mangualde registou um aumento de cerca de 40% no número de alojamentos e hóspedes, resultado do esforço conjunto entre setor privado, produtores e promotores culturais.
“Esta celebração é também um contributo para dar continuidade ao crescimento que nos tem distinguido nos últimos anos”, referiu Marco Almeida, agradecendo a todos os que, de forma direta ou indireta, têm impulsionado a valorização do território.
O evento assume também um papel especial na ligação aos emigrantes mangualdenses. Agosto, mês tradicionalmente associado ao regresso de quem vive no estrangeiro, foi escolhido para o EncruzArte precisamente para reforçar laços.
Fernando, interveniente na abertura, destacou que o encontro serve como ponto de união entre residentes e emigrantes, proporcionando um ambiente de convívio e partilha. Marco Almeida acrescentou que a diáspora é “uma das grandes embaixadoras” do concelho, contribuindo para a divulgação dos produtos locais além-fronteiras e para o desenvolvimento económico.
Até 10 de agosto, o público poderá desfrutar de provas de vinho, gastronomia típica – com especial destaque para a doçaria e os salgados regionais – e momentos de convívio no Jardim da Quinta D. Leonor, espaço que, segundo o autarca, “tem muitas histórias vividas e criará muitas outras para contar ao longo da vida”.