Mais de um ano e meio depois do deslizamento de terras que afetou um talude junto à Linha do Norte, na Ribeira de Santarém, o problema ainda não foi resolvido. O aluimento, ocorrido a 19 de janeiro de 2024, provocou a queda de parte do passeio da Estrada Nacional 365, que corre paralela à linha ferroviária, perto da estação de Santarém.

Apesar da zona estar devidamente vedada por questões de segurança, a intervenção no terreno tem sido mínima e, embora o trânsito automóvel tenha chegado a ser interditado num dos sentidos, hoje já circula normalmente. No entanto, a situação continua a causar preocupação junto da autarquia.

O vereador do Trânsito da Câmara Municipal de Santarém, Manuel Afonso (PS), considerou a demora na resolução do problema “inadmissível e inaceitável”. Durante a última reunião do executivo municipal, e perante a presença do vice-presidente da Infraestruturas de Portugal (IP), o autarca lamentou que a situação se arraste há tanto tempo. Manuel Afonso destacou ainda que, se os responsáveis da IP fossem eleitos e tivessem que prestar contas à população, o problema estaria já solucionado. “Este talude é um ponto crucial de acesso à cidade, pelo que deve ser intervencionado com a máxima urgência”, sublinhou.

O vice-presidente da IP, Carlos Fernandes, explicou que a intervenção é “bastante complexa” e que, embora o projeto já esteja concluído, o investimento previsto é elevado — cerca de 2,2 milhões de euros. A empreitada deverá ser lançada em janeiro de 2026, com a expectativa de que a obra decorra durante esse ano.

O presidente da Câmara de Santarém, João Leite (PSD), já tinha solicitado um ponto de situação sobre o processo, dando seguimento às preocupações da comunidade e da autarquia em torno do aluimento que afeta um dos principais acessos à cidade.